há tempos
o tempo vem cronológica e lentamente
mastigando
me devorando
começou pelos pés
as pernas
coxas
depois as mãos
os braços
antebraços
e na sequência o tronco
e logo em seguida o pescoço
e agora
e agora não tem mais nada além da cabeça
da mente
dos limites do predador
e da presa
jogo de gato e rato
um esquecimento aqui
um lembrar acolá
vazios
espaços vazios
outrora ocupados
vácuo
fiquei no vácuo
eu
eu e meus delírios
meus sonhos
desejos
no meio do espaço
no vazio
ao mesmo tempo cheio
pleno!
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