Na incerteza
...
navego
...
nado
...
nado de braçadas
tipo borboleta
cachorro
vou nadando e nada
nada a declarar
além do que já digo
eu que finjo
eu que minto
Eu!
eu que exponho
exponho as incertezas
as inquietudes
perguntas
perguntas que nos fazemos
frente a um espelho
caminhando por aí
andando
passo a passo
fazendo caminho
abrindo trilha
picada
é o fim
o fim da picada
lugar onde o continuar se torna dispensável
já deu
chegou
chega!
Nas neuras
eu neurado
esgotado
meio irascível
nervoso prá caralho
uma pilha
pilha de nervos
sempre
no stress limítrofe
uma cerca separa
limites
fronteira
lugar aonde não pisaste ainda
mas falta pouco
um passo a mais quem sabe
um abismo
buraco
ou bueiro
a te engolir
deglutir
...
transformar
...
já não és mais
que eras
agora à pouco!
No modo alienígena
já não sei quem sou
o que penso?
Será?
será que penso
ou somente imagino
imagino um pensamento
um sonho
delírio
o mundo este
não é meu
não me pertence
apenas vivo nele
assim por dizer
de passagem
temporada
digamos umas férias
boas
e merecidas
férias
vacaciones
num lago
sei lá
um mar
quem sabe
montanhas
ou mares de morros
o relevo
o relevo tanto faz
uma questão geográfica
um detalhe
a mais
um detalhe a mais
no meio de tentos outros
pequenas marcas
cicatrizes
falhas
...
tudo contexto
tudo marquinhas
detalhezinhos
cicatriz pequena!
Com o tempo fica melhor
pode ser para vinho
no meu caso não funcionou
venho-me tornando um velho
um velho ranzinza
velho teimoso
osso
duro de roer
mastigo
já sem dentes
e mesmo assim trituro
o alimento
mal e porcamente
degluto
nutro-me
da maneira possível
engulo a comida
de maneira apressada
comendo cru
muitas vezes
perco-me
nas palavras
palavras que escrevo
e leio
de trás para frente
e vice
e versa
vide
vide as letras miúdas!
Tell 21/mar/25
Vou dando um jeito
afinal
não tem outro jeito
ou modo
então improviso
e tento coisas descabidas
que não cabem
tento ser quem já não sou mais
iludo-me
me sinto ausente mesmo estando aqui
sai
fui dar uma volta
e não voltei mais
perdi-me
me perdi de mim
em um fim de tarde
de um dia qualquer
nada especial
quase normal
senão fosse eu
esquecendo-me eu
de voltar
voltar ao ponto de partida
e recomeçar a jogar
e rolam os dados
...
as cartas foram dadas
...
a sorte foi lançada
a muito tempo
somente não me alcançou
me achou!
Tel 21/mar/25
As coisas se alterando a olhos nus
mudanças de toda forma
em tudo que é lugar
são pressões atmosféricas
regime de ventos
chuva
tormentas
poderíamos até dizer ser uma reação
o troco devido
justo
sim
sem dúvida justo
na medida certa
pois a destruição foi medonha
foi não
está sendo
e pior
como se nada estivesse acontecendo
usam viseiras
daquelas de montaria
para não enxergar nada
em sua volta
...
burros!
Eu sabia
tinha certeza disso
que ia gerar problemas
gerar bagunça
mas
mesmo assim nem posso reclamar
comprei a bronca
paguei para ver
vai
mostra
mostra tudinho
quero ver em detalhes
devagar
sem pressa nenhuma
lentamente
um pé
outro pé
em sincronia
quase uma sinfônia
musica pr'a meus ouvidos
...
xingo
esbravejo
resmungo
em uma reação sem sentido
nada racional
puro instinto
e pronto
momentaneamente passou
fico pronto para outra.
lá ia eu
ou vou
melhor estar indo
do que voltando
a ida trás novidade
boas ou más
é a regra
mas sempre será algo novo
que pode agradar
que pode instigar
pode preocupar
enraivecer
o tudo e suas possibilidades
em uma página não escrita
em branco
a se tornar ou página
em preto no branco
ou azul e branco
vermelho
amarelo
várias cores
matizes
numa paleta de cores
nas misturas
nos misturadores
resultados
boas novidades
humanidade!
lavei
ficou limpo
pronto para outra
minhas luvas de serviço
serviço manual
em casa
e corta
raspa
junta
junta tudo em um cesto
no mesmo cesto
não se importe
nossa realidade é outra
menos confusa
mais simples
frugal
sem excessos
sem perdas
consumo
queremos coisas melhores
que durem
queremos menos embalagens
que poluam
queremos menos fumaça
que encobrem
talvez até já seja tarde
mas temos que tentar
mesmo assim temos que insistir
para que algo sobre
para nossos descendentes
por um futuro menos incerto!
Uma flor perfumada
cheirosa
exalando odores
de seus apetrechos sexuais
tipo
...
tipo vem que tô facinha
vamos copular
espalhar os pólens
os fluídos
pedaços
pequenos pedaços
pedaços que formam
formam outras vidas
outras plantas
cheiros
que cheiram
que exalam
espalham
criaturinhas
pequenininhas
deste tamanhozinho
grãozinho!
Até o pescoço de merda
...
véi
...
que frase mais tosca
mais suja
literalmente
dá até para sentir o cheiro
insistentemente
incisivamente
cagando tudo
é parede
é ventilador
o que odor
fedido
não!
...
peraí
um pouco espera
um tempo dê
quero pensar
pensar em algo diferente
desta frase
outra coisa
mais amena
mais perfumada
cheirosa!
a minha mãozinha
mãozinha de coçar às costas
é de plástico
e de um metal vagabundo
telescópica
mas eu queria
queria mesmo
uma de bambu ou madeira
ela não tem uma coçadinha legal
arranha
arranha-gato
arranha-céu
é difícil
coçar as costas
sem uma ajudinha
uma mãozinha!
tá vendo
foi como disse
que seria
que é
iludo-me com qualquer sonho besta
com devaneios tolos
andando em nuvens
e nem percebendo
o que faz
autômato
autônomo
uma máquina orgânica
que dorme
que acorda
que come
caga
ah sim
as cagadas
estas são clássicas
homéricas!
Tornemos a falar
falar dos cús
das bundas
afinal é carnaval
e como de costume
um monte de bunda de fora
cús
as tetas
bucetas
e outras artefatos
que não me interessam não
mas
quem gostar que se divirta
com a fruta que gostar
pode ser doce
ou meio azeda
apimentada
uma pitada a mais de sal
mas
mas cuidado para não salgar
demais
manera
vai de boa
que a bunda é tua
e o cú também
o meu é que não é!
Num cunfunda
cú com bunda
são coisas diferentes
e te digo
daqui pra frente
eu não me responsabilizo
nem um pouco
pelo que vai sair
pode ser rebolado
pode ser côcô
ou merda mesmo
tudo vai depender
de meu estado
espírito
pode ser de porco
pode ser limpinho
foi o melhor que achei
para se opor ao porco
mas tudo bem
deve servir
para alguma coisa
boa
espero
sou bonzinho
pelo menos quando quero
e geralmente quero
que bom!
