Me iludo
a todo instante
a todo momento
me deixo iludir
e inerente a minha pessoa
sou um iludido
que se deixa iludir por coisas tolas
que se permite levar pelas tolices
ilusoriamente se enganando
fazendo de conta
inventando
coisas
pessoas
lugares
ou apenas olhando uma flor
o simples
o complexo
o existir
ilude-se
espontaneamente
de forma espontânea
quer dizer
...
mas
...
como assim?
deste jeito
com toda esta redundância?
insistência?
ah o mundo
este mundo redondinho
quer dizer
...
meio que não
é meio abalroado
nos polos
digamos então
arredondado
no qual rolamos
feito aqueles emaranhados de filme
de mato
mato seco
sem vida
que segue o vento
seja lá para onde ele for
mera direção
um detalhe técnico
sem importância
afinal quem se importa
com uma moita que anda
anda por ai feito andarilho
caminhador
caminhante!
antítese
o contrário
o anti
o normal
a mera diferença que nos separa
que nos une
o duo
a dualidade
o bem o mal
o sim o não
tudo misturado
meio bem
meio mal
ou
meio não
meio sim
que importa
que importância tem?
nenhuma
nenhuma mesmo
tudo caminhará a seu tempo
no exato momento
surgirá
ou sei lá
sumirá
afinal são duas escolhas
inevitável
não tem como fugir
toma
toma que a criança é tua!
23/fev/25
normas que temos
condutas que adotamos
quem somos?
quem somos além deste corpo orgânico?
o que somos apesar de nossas utopias?
paz no mundo
mundo melhor
meras ilusões
que povoam a mente
que não se sente
fazer parte
parte da obra
under construction
em construção
a todo momento
nos deparamos com tantas coisas
que se faz difícil o processamento
mas é simples
escolha
escolhe o que queira
o que lhe convier
e enfia a bota
sai
...
e só voltei agora
sai no meio do que escrevia
deu a louca
pirou
...
pirei!
23/fev/25
Me peguei a pouco
sonhando acordado
em pé
parado
fui para longe
e voltei num instante
flutuei
voei
caminhei pelas estrelas
de lá para cá
indo sem aparente destino
somente indo
como se o tempo não existisse
como se o tempo fosse relativo
tudo fluindo em uma velocidade diferente
em marcha reduzida
quase câmera lenta
pé por pé
quadro por quadro
retrato um instantâneo
tudo congelado
tudo sem movimento
tudo parado
estático
isto em um único momento
um lapso de tempo
um nada
vácuo!
22/fev/25
Meus garranchos
nem eu entendo
preciso parar
olhar
tentar decifrar
o que havia escrito
a poucos tempos atrás
e mudando de figura
indo para um outro tema
mudemos
o rumo
o rumo do barco
que está indo de encontro aos rochedos
barrancos
e aos trancos
o mundo vai afundando
na ganância do humano
ao querer mais
sim mais
a cumulação atual
total
sem precedentes
sem igual
Meu!
Tudo meu!
não tenho limites
sou o rei
imperador
o dono de tudo
além do que a vista alcança!
22/fev/25
eu aqui
o papel
a caneta
sim
papel e caneta
escrevendo
a internet?
se foi
e ninguém sabe pra onde
nem que deveria saber
e então
me volto para a opção inicial
distribuir símbolos
pelo papiro
ou quem sabe
em breve
esculpir argila
deixando gravada
uma mensagem
uma notícia
fofoca
sabe da fulana?
e do marido então?
que coisa não?
o de boca em boca
em boca pequena
no ouvido
e nem querias ouvir
mas acaba ouvindo
pelo menos escuta!
22/fev/25
Para!
Chega!
Chega mais
aqui junto
agora
nem pedido é
é ordem
vem
vem comigo passear
passear na floresta
enquanto seu lobo não vem
vamos brincar
nos divertir
brincar de existir
mas não digitalmente
o contato
o tete a tete
é mais fodão
é porreta mesmo
um modo diferente
de dizer olá
como vai?
espero que bem
só isso
isso e muito mais
o contato carnal
eu bolinando suas carnes
mordendo teus seios
passando a língua
no seu ventre
ops!
Gozei!
21/fev/25 Tell
momento criativo
ciclo
sistema orgânico
cheio de eletricidade
estática
mágica
ou pura vicissitudes
um vício
vários
influindo no pensar
abrindo portas
fechando janelas
um tal
um tal de abre e fecha
não sei o que
nem sei porque
que lhe parece?
uma prece
por um mero mortal
um pedaço de carne
algo biológico
sem chips
sem bits
sem zero
sem um
um corpo
com seus fluídos
suas veias
nervos
um ser sem nada artificial!
21/fev/25 Tell
Sabe
...
eu bem que queria
gostaria
...
de dizer coisas diferentes
escrever indiferente
mas não consigo
e acabo sempre
sempre no mesmo
mesmo lugar
igual urubu
dando voltas na carniça
tal qual cachorro
correndo atrás do próprio rabo
otário
...
hilário melhor dizendo
melhor sendo
um bufão
palhaço
sem maquiagem
sem tinta
sem verniz
nada
nenhum adorno
nenhum adereço
nu
peladão
do jeito que veio ao mundo!
21/fev/25 Tell
Me flagrei roubando
roubando no Solitaire
ou seja
de mim mesmo
como posso
tão sórdido
torpe
vê se pode
uma coisas destas
do nada
um deslize
escorreguei na maio
na maionese
casca
...
epiderme
área mais externa
estatela-se
esfola-se
marca
uma marca a mais
no tempo
ínfima!
ouvindo coisas
sei lá
devo estar ficando louco
imagina
mais ainda
eu enlouquecido
arrancado tuas roupas
sugando tuas tetas
buceta
em delírio
entretido
indevido
obsceno muitas vezes
despudorado em outras
assim
indo
vindo
repetidamente
dentro
quase fora
longe
perto
estranho momento
extremo momento
momento
somente isso
a bosta de um momento
um insignificante momento
um gozo!
será que enxerguei certo?
ou meus olhos
me enganam?
vou até tirar os óculos
para ver se vejo melhor
humm me parece que não
não vejo nada de melhor
tudo embaçado
tudo regredindo
coisas que querem
querem é foder
com tudo
querem que faças
exatamente o que eles querem
sua mente
mente invadida
inadvertidamente tomada
de assalto
de repente
não mais que de repente
absolutamente
abruptamente
ausente
me ausentei um instante
num lapso
...
--
num erro
...
num vácuo
vazio
quero tudo vazio
quero espaço
quero libre!
Ora!
isso não tem cabimento
não cabe
não encaixa
nem junta com nada
não faz sentindo
nenhum
coisa sem membros superiores
e nem inferiores
desmembrado eu diria
e não estaria mentindo
apenas falando o que vejo
com meus olhos
enxergo de uma maneira diferente
do que já enxerguei antes
um outro viés
outra forma
significando
que já não mais
como era antes
mudei
evolui!
Ou não?
cansei desta bagaça
me veja outra
bagaça
uma mais nova
mais diferente
interessante
e se não me interesso
nem quero
deixo de lado
num canto
abandono
sou assim
o que fazer?
até já tentei mudar
mas falhei
falhei miseravelmente
brochei
ficou tudo mole
preciso
preciso me auto-motivar
senão não consigo
nem abraçar
nem isso!
Que seja então
vou continuando
vou inventando
enganando
driblando
o que vem pela frente
da melhor maneira possível
ou melhor dizendo
do meu jeito
nem certo
muito menos errado
um meio termo
um andar no muro
andar no mundo
neste
neste mundo enlouquecido
no qual vem surgindo
vem aparecendo seres medonhos
aqueles dos piores sonhos
dos pesadelos
dos medos
sim
sim dá um certo medo
um puta medo
de um aperto de botão
um peido
não
...
podem ir parando
este teu mundo
não é o meu não!
Tenho que deixar
que os temas mais estranhos
fluam
venham à tona
surjam
do nada
e explorem a sua natureza
que descubram
as suas perguntas
a parte das respostas
se saberes tudo
perderia a graça
nada de adivinho
ou adivinhações
onde?
onde eu estava?
no momento que fui bruscamente interrompido
que lástima
não sei
não lembro
teve ter ido
indo com o vento
indo com a chuva
para outro destino
local
que não sei onde fica
então vaya
vai tranquillo!
Luzes
...
velas
e eu
eu aqui redigindo
à luz e vela
na tênue claridade
mal enxergo
nada
que precisa-se ver
por acaso
cai água
aos borbotões
lá fora
aqui
do lado de dentro
o fogo
a chama
queimam
derretem
transformando algo
do estado sólido
para o líquido
uma fórmula
a merda de algo químico
ou físico
acontecendo
bem na minha frente
por debaixo de minhas barbas
que não tenho!
Ilusionista
tirando
tirando da manga uma carta
uma ave
coelho
mágica
mas não magia
nada de feitiçaria
um simples truque
engodo
te engano
finjo que sou algo que não sou
que penso
que repenso
que busco respostas
e perguntas
mas nada encontro
nada mesmo
pelo menos o que queria encontrar
o restante
pouco importa
não faz parte de minha realidade
e desta forma
não existe!
Venho por estas mal traçadas linhas
...
expor tudo o que sinto
tudo o que penso
falo
quero
quer dizer
...
tudo seria exagero
digamos quase
uma parte
naco
deixemos de lado o entediante
a rotina
o dia após dia
massacrante
que esmaga
que devora
engole
...
areia movediça
que se move
movimento
sem pensar
sem descanso
tudo se mexendo
rumo ao norte
rumo à frente
...
sem parar
questionar!
trago ainda traços
antigos comportamentos
que diriam questionáveis
por vezes
como exemplo
tem o tiozão do churrasco
que ataca com seu humor sem graça
um despudor aleatório
olhar de peixe morto
mas quando me toco
vem a briga vem a disputa
sai
saia deste corpo
que não lhe pertence
cai
caia fora
fora de mim
afaste-se
e suma
me erra
e toma o rumo
que queira
...
quisera eu
esquecer de tantas
tantos outros atos falhos
de pisar em bolas
dar mancada
marcar bobeira!
Escrevi
escrevi e não li
e não li porque não entendo
o que escrevi
minha letra
não
meus garranchos
são indecifráveis
indeléveis
tais quais hieróglifos
antigos
mas
o que isso tem a ver
e não vejo nada que faça
e faço graça
destes rabiscos
destes símbolos
caracteres
...
se quiserem
se quiserem decifrem
hoje estoy muy cansado
pra tal
fui ...
gostei de reviver
o passado
e com a caneta na mão
e o papel logo em frente
meio que
reaprendendo a escrever
a poetizar minhas coisas
minhas idas e vindas
Olá, Como vai?
Ah, tudo bem e você?
e pronto nada mais
apenas protocolos
procedimentos
direitos
deveres
logo eu
eu que devo ficar aqui
escrevendo
por toda a eternidade
ou nem tanto assim
um bocadim a mais de tempo
já está de bom tamanho
e assim
vamos!
Eu diria um tanto
um tanto quanto
enlouquecido
...
que rima
nada rima
rima boba
sorrio
...
enquanto penso
finjo
ter poderes mágicos
alakazam
alakazim
e num passe de magia
pronto tá feito
feito coisa benvinda
que venha
que venham os sonhos
com todas as suas forças
me solapar
me dar um tapa na cara
e dizer:
Ei,
acorda cara!!!
Tel 01/02/25
