que coisa mais estranha
mais fora do comum
inusitada
boa
sim boa
uma surpresa boa
a parte boa
metade
cara
cara-metade
cara-meia
meia verdade
que brinca
brinca conosco
e nos faz de tolos
uns bobos
que se olham
que se tocam
fundem
em um só ser
ou não ser
lá vem a porra da questão
justo agora
na hora mais errada
que poderia escolher!
Não é meu local
iria dizer lugar
mas seria repetitivo
de novo
novamente
again
nada fora de lugar
a não ser
o lugar
me sinto deslocado
asfixiado
igual peixe fora d'água
desgarrado
vou
vou procurar outro
lugar
que goste mais
que me sinta bem
e mais além
do que possa imaginar
sonhar
como sempre
coisa que faço
em qualquer lugar
no espaço
no tempo
num instante!
insólito
queria escrever algo insólito
mas no sentido raro
incomum
mas acabo no anormal
habitual
hábitos
vícios
mesmices
repetições autônomas
modo automático
ativado
um robô
agindo
por quase vontade própria
um impulso
descarga elétrica
choque
de realidade
na realidade
verdades
e mentiras também
que assim seja
Amém!
maiúsculas
Letras
quase não uso
esqueço e passo batido
quando vejo
tudo minúsculo
Letrinhas
entre
nas entre letrinhas
leia
esteja atento
ojo
olho
olho-vivo
Escute
a todo ouvidos
na captação
absorção
Absorva
tudo que seja possível
plausível
inverossímil
que não pareça verdadeiro
o falso
novidades falsas
fotografias falsas
vidas de mentirinha
nas redes
caiu
peixe
Preso
em mundo à parte
em uma arte
fazendo arte
mesmo não sabendo
como fazer
Faça
faça de conta
faça de graça
faça graça
ria
e pronto
tudo continua mentira
fake
news
E você acredita?
discorrendo
fazendo discurso
falando
pelos cotovelos
melhor dizendo
escrevendo
o que vejo
o que sinto
cheiro
o que vivo
viva
hip hip hurra
que loucura
...
insanidade
insano
imerso em erros
humano
humanoide
homo nada sapiens
mal começou a andar
e já pensa que sabe caminhar
na corda bamba
no fio
navalha
...
corte
um corte
um pedaço
chamariz
isca
mordeu
...
mordeu a isca
já era
panela
frigideira
brasa
é
é uma brasa mora!
engano-me
dizendo que nasci pra isso
que é destino
sina
enfronho-me
em minha mente
doente
e não encontro nada que preste
somente uns versos
mal versados
mal escritos
versinhos
escrevo
o que vier na telha
quando vem
quando quer
deseja
eu
transmitir palavras
ideias
pensamentos
tolo
um bufão
um palhaço
fazendo palhaçada
bobeira
que bobo
que bobo da corte
bobão
agora fico em silêncio
nada mais tenho a falar
me calo
me aquieto
no meu canto
ouvindo
quase que te ouço!
calma
muita calma nesta hora
e em outras também
em todas
as horas
bolas!
carma
é muito carma nesta etapa
e nas outras também
muitas
deve ter jogado pedra
na cruz
credo!
vontade
é muita neste momento
e em outros tantos
eu tonto sonhando
fazendo de conta
brincando
gosta!
delírio
é dimais da conta
até pra eu mesmo
mesmo
digo sério
veja minha cara
não estou rindo
delirando!
por inteiro
pelo meio
vazio
cheio
o copo
o corpo
amago
da questão
se for pensar a fundo
não encontras solução
não encontras ilusão
sonhos
estes encontras de montão
uma montanha
imensa massa que sobe
horizonte acima
e brinca
de tocar nuvens
de incitar os ventos
os furacões
tormentas
mas
depois da tempestade
bonança!
tudo ao vivo
e em cores
no momento do acontecimento
on line
uma live
on live
e viva
viva cada segundo
como se fosse agora
cada palavra como se fosse na hora
os versos
estes tem vida própria
acontecem
surgem de algum lugar
um momento
e não deixam rastros
somente marcas
marcas no tecido
tecido imaterial
impalpável.
no meio do mato
com o facão na mão
vapt
e vapt
corta
corta aqui
acolá
no meio
...
de não saber mais onde está
perdido
igual cego em tiroteio
cachorro em dia de mudança
e não se acha
não acha nada
somente mata
plantas crescidas
aranhas e outros insetos
uma fauna completa
uma flora exuberante
se fosse comida não crescia tanto
ironia
a minha
em um certo tom de sarcasmo
diante a situação
que não esperava
inusitada.
Um ponto
como diria Caetano
equidistante
a uma mesma distancia
de galáxias
de nebulosas
bem no centro do universo
ou do olho de seu cu
bem no meio
de nada
na puta que pariu
se riu?
se riu aceitou
concordou
acordou
...
acorde
desperte
seja uno
seja o ponto
em meio a algo
seja o universo
seja o cu
meio
meio perdido
na puta que o pariu!
insólito
nada mais que fora do normal
incomum
e ao mesmo tempo
como não poderia
deixar de ser
o habitual
o de sempre
repetidamente rotina
dia-a-dia
noite-a-noite
sessão vespertina
repetindo
incansavelmente
o mesmo de sempre
quase sem alterações
na mesma
mesmice
normal
nada além do normal!
me veja um pouco disso
um tanto daquilo
podem ser quilos
ser libras
arrobas
quero muito
sou voraz
insaciável
me dê tudo
tudo o que você tiver
o corpo
a alma
ser
me dê tudo
um sorriso
um beijinho
carinho
me dê tudo
teus sonhos
as ilusões
desejos
que eu te dou
em contrapartida
tudo
tudo que é meu
tudo que tenho
que sonho
vivo!
entro em extâse
quase que gozo
ao escrever bobagens
em forma de poesia
sim finjo
finjo ser poeta
finjo publicar poemas
brinco
brinco com as palabras
como se não houvesse ordem
nem regras
regras gramaticas
ortográficas
sensoriais
mas sinto
me sinto pequenininho
um grãozinho de poeira cósmica
que vaga
vago pelo universo
como fosse tudo tão perto
a um passo
a um toque
olhar
e zap!
já fui
fui a outro mundo
vi de quase tudo
um pouco
uma pequena parte
um naco!
maldade
muita maldade
pura maldade
a minha
a humana
animal
e floral também
malvado
malvada
maledetto
um escárnio
sempre
de alguma forma
sendo
sendo mal
nos atos
nos pensamentos
desejos
menosprezo
que tenho
tens
temos
tudo no plural
tudo quantitativo
exponencial
lançado a uma potência
uma pancada de mal
mas ainda bem
que tem o bem
que contrabalança
que equilibra
estabiliza!
agora já não mais
vai lá pra fora
não e mais hora
passou da hora
oras bolas
sossega o facho
mas não apaga a luz não
deixa de prontidão
de sinal
caminho
que estamos trilhando
caminhando
pé ante pé
devagar
sempre
fazendo parte
de um todo
de algum modo
forma
que importa
é tudo tão suave
que quero sentir os cheiros
conhecer os sabores
as texturas
bem devagarinho.
larguei na dianteira
e corri
corri como louco
ensandecido
e certo momento percebi
que corria
atrás de meu próprio rabo
um cão
um pião
redemoinho
rodando no próprio eixo
sem sair do lugar
ali parado
acelerado
a todo vapor
uma máquina
um autômato
robô
roubando a cena
de um modo nada concertante
nada mesmo
meio chulo
meio chato
vago!
Deixa fluir
rolar
deixa ir
vir
fuja do contexto
escreva um texto
uma poesia
seja um idiota
tonto
faça o que lhe vier na telha
o que lhe der na cabeça
o que seja de seu agrado
e ria
de sua própria cara
mas a final das contas
das dos outros também
e aponte
dedo em fronte
e ao lados
traseira
para todos os cantos
rosa do ventos
paralelos
meridianos
riscos imaginários
que pensamos
somente para facilitar as coisas!
