já foi melhor
mas não é que esteja pior
seria mais diferente
e bota diferente nisso
me encontro mais disperso
mais imerso
perdido
em minha mente
em meus próprios pensamentos
por vezes voando incansavelmente
em outras caminhando
sem destino
pensando
traduzindo coisas em versos
poetizando qualquer coisa
qualquer mesmo
me vem uma palavra
e dali um poema
me surge uma frase
e dali um poema
imagem
vira poesia
e eu
eu viro do avesso
pois queria ser um verso
um poema
mas apenas escrevo.
voltando ao ponto de partida
volte duas casas
e espere uma jogada
fica aí quietinho
estacionado
que logo voltas ao jogo
onde tanto a sorte
como o azar
te esperam
igual tudo
50% pra cada lado
igualado
divisão exata
são números então pronto
são inúmeros então ao começo
as vezes me esqueço
e começo de novo
desde do inicio
somente para brincar de novo
vamos
vamos jogar
o que vais apostar
aposte
jogue
viva!
caçoando
de coisas banais
cotidianas
tão insólitas
tontas
quão tontas
insólitas
que poderia então fazer
senão rir
de várias caras
inclusive a minha
principalmente
caçoemos então
de mim
de voce
de toda gente
e suas coisas raras
que ocorrem só de vez em quando!
e vai
de vento em popa
o tempo
as horas
calendários
passando
como se não quisesse nada
e mesmo assim querendo
uma dubiedade
ambiguidade
obvia
obviedade
que nos atropela
passa por cima
e nem olha
pra trás
somente pra frente
obvio
como um mais um
talvez seja dois
matemática
números
e muitos zeros à esquerda
mas depois da vírgula
não esqueçam deste detalhe.
mais um ano acabando
e daí?
apenas mais uma marca no calendário
dia nascendo
noite chegando
tudo movimento
tudo se movimentando em nossa volta
nada está parado
nem nós mesmos
somos velozes
somos furiosos
figurantes em um filme de ação
carros que voam
lugares que explodem
tiros e mortes
lugar comum
para todo lado
bang-bang a italiana
comédia tosca
sem graça
rasa
como o passar do dias
dos meses
anos
romanos
anos romanos
dois mil anos
só isso!
não me venha com bestices
bobagens
já me bastam as minhas
neste tema
me encontro satisfeito
saciado
sou besta mesmo
não posso negar
destes que faz besteira
da mancada
marca bobeira
que besta eu
que sonho acordado
viajo parado
estacionado
todo besta eu
falo coisa sem sentido
faço coisas sentido
pareço perdido
besta eu
...
sou besta
uma besta quadrada
que insiste escrever
que teima versar
poetizar
transformar em poesia
tudo que vê
tudo que ouve
sente
...
que besta!
vou lhe dizer uma coisa
putz
esqueci
não liga não
é que estou meio assim
batendo as válvulas
rateando
resmungando coisas
coisas sem sentido
desconexas
sem nexo nenhum
e sexo menos ainda
um tédio
um tempo prolongado
obtuso
...
absurdo
somente absurdo e nenhuma razão
vazão
vazamento
vazante
vaza
vaza daqui
vaza deste planeta
galáxia
mas vaza duma vez!
ótimos
precisam ser bons
melhor ainda
muito mais melhor de bom
os versos
que escreveria
se fosse um poeta
se chegasse perto de sê-lo
que fosse por um minuto apenas
que fosse
trataria de pegar umas letras
e fazer delas palavras
sim
lhe dou minhas palavras se estiver mentido
prefiro ser nítido
confuso
porém quase transparente
quase reluzente
luz
...
pisquei
...
por um segundo pisquei
aí
...
acordei!
e de gaiato entrei
entrei num navio
que se deixa jogar
de um lado a outro
mar tempestuoso
nervoso
mas
mas depois vem a bonança
e a espera sempre alcança
ou nem
nem sempre
vem o que tiver que vir
vai o que for preciso ir
limpeza
de final de ano
para o novo chegar chegando
que seja simplório
que seja honesto
perverso
verso
sim que seja um verso
seja poético
e olha que a poesia
não precisa ser minha
mas se fosse
ainda melhor seria!
pássaros cantam
diversos
variados cantos
que bucólico
não?
que seja
que cantem
melhor não cantar junto
senão serão
asas pra que te quero
esvoaçou
pena em todos os lados
revoada
então
vou sair voando também
um pássaro meio grande
tipo pterodáctilo
extinto
fóssil
algo impresso em rocha
estampado
retrato.
o ócio
descanso
dizem que é criativo
ativa algum coisa e tal
qual
tal qual eu
mas não funcionou
vivo dando voltas
e mais voltas
no mesmo lugar
já gastei o chão
igual desenho
animado
e continuo
contínuo
movimento
quase perpétuo
infinito
mas atenção
disse quase
e talvez queria dizer
que existe chance
de descontinuar
a andar em círculos!
estorvo um pouco
os teus pensamentos
se me deixares
é claro
como água
cristalina
límpida
pura
...
puta
...
puta que pariu
uma forma de vida
que consome tudo
que destrói tudo
predador burro
lhe priva do sustento
do alimento
calor
que horror
agora fritamos
respiramos pesado
inalamos metais e outras coisas
pesadas
densas
e tudo caliente!
mafagafos
mafagafinhos
me de agora um abraço
bem fofinho
aninhe-se em meus braços
que irei me aninhar nos teus
nos teus peitos
tuas tetas
tudo
o que for possível
tudo
o que preciso
neste momento
neste exato momento
me abrace
que também vou te abraçar
o resto
deixemos rolar
quem sabe
o futuro está logo aí!
de quatro
queria te ver de quatro
mostrando tudo
tudo aberto
escancarado
esperando por mim
e lá vou eu
entrando
vagarosamente deslizando
tomando posse
fincando
fincando a bandeira
flâmula
em um monte
ou um vale
caverna
ser
homem das cavernas
e das pernas
pernas para o ar
saias para o alto
mãos a postos
para deslizarem
tocarem
entrarem
em contato
mais fino
íntimo.
estes sonhos meus
que tanto me perco
me acho
viro as costa e vou embora
caminhando
sem nenhum rumo
deixando
deixando o fluxo me levar
na correnteza flutuar
espaço
no espaço vou me esbaldar
nadarei de braçadas
mergulharei
no nada
não pensarei em nada
em mais nada
por meros segundos
uma faísca de tempo
momento!
preciso de uma intervenção
pequeno procedimento
pode ser aqui
no no lóbulo frontal
desligue estes circuitos
que estão em curto
que sabe assim eu tome jeito
juízo
indevido ou indeferido
fora
fora do juízo
perfeito
um louco varrido
mas será que foi
para debaixo do tapete
para uma pá
lixo
varrido
tudo agora está limpo
asseado
desinfetado
tasca a furadeira ai
e manda bala
me cala
me deixa quieto
em algum canto
catarolando!
vou enrolar
postergar
ou como dizem
encher linguiça
e isso se deve a falta do que dizer
deveria ficar calado
de bico fechado
mas
...
mas quem disse que consigo
na verdade nem insisto
e largo o verbo
o termo
sujeito
sujeito de si mesmo
puro ego
...
egocêntrico
...
transgênico
...
higiênico
...
papel
papel-higiênico sujo
sujo de bosta
pastosa
nada cheirosa
uma merda
...
no ventilador
espalhando-se
para todos os lados
spray fedorento!
já não sei o que dizer
me fogem
palavras
me faltam
argumentos
por isso nada escrevo
apenas este verso
meio titubeante
cambaleante
como se estivesse
pisando no vazio
andando no infinito
como se fosse
cósmico
um ser de outros mundos
vários
inclusive este
este mundo que se despedaça
que se envenena
queima
este mundo que muda
a cada dia
a cada dia já está diferente
e diferente
prá pior!
tudo estranho
tudo muito esquisito
em minha volta
no meu entormo
mesmice
reprise
cachorro
rabo
dando voltas no mesmo eixo
círculos
rodas
redemoinhos
vórtices
sugando
puxando
pelo ralo a fora
esgoto a dentro
numa enxurrada
navegação nada tranquila!
ou incomum
não sei qual melhor
qual melhor definição
qual escolha
que se foda
vou mezclar tudo
um pouco disso
um tanto daquilo
genes
fluídos
pensamentos
corpo e mente
vai dar tilt
vai parar a máquina
esquentar as válvulas
curto circuito
um choque
uma realidade
muitas páginas
já viradas sendo relidas
sem querer
apenas lembranças
apenas lembrando
deve ser coisa de velho!
tava pensando no burro
meu burro
o quão estúpido ele foi
de deixa-lo amarrar aqui
neste lugar
que burro
eu
e minhas quatro patas
meu rabo
e o cérebro diminuto
que burro
burro que empaca
não sai do lugar
nem com reza brava
urros
relinchos
e outros barulhos
o tiram do caminho
nem para os lados olha
que burro
se deixou levar pelo tempo
se deixou vagar sem destino
se deixou
...
deixou ludibriar por suas próprias ilusões
enganar a si mesmo
um burro
...
que burro!
Aos trancos
barracos
se o mundo for acabar
melhor
quando
me deixe morrer encostado
podendo ser num barranco
assim não parto cansado
...
de ser interrompido
porra!
é barulho de máquina
de bicho
gente falando coisas sem sentido
pelo menos pra mim
que me ausento destas conversas
vou para longe
tão longe que nem eu tenho ideia
deve estar lá
junto com botas
e com outras tantas coisas
tudo pequeno obstáculos
meros atrapalhos!
em ritmo lento
preguiçoso
escrevendo vadiamente
que na verdade
nada mais é que meu próprio tempo
menos tenso
mais penso
fico só pensando
initerruptamente
sem parar
até cansar
cansei
vou tirar férias
de mim mesmo
afinal
vou me deixar mais de lado
vou me furtar a pequenos erros
e maiores acertos
...
quem me dera
...
poder cumprir esta vontade
ficaria nú
pelado
se não pensasse
que penso
estar suave
en la nave!
inusual
me encanta
me encanta o não normal
o evidente
racional
gosto pra caramba
de lançar palavras
ao esmo
para todos os lados
num ventilador
que se espalhem
viagem
jornadas
que se juntem
e formem frases
sentenças
versos
adoro
adoro poemas
principalmente os meus
suspeito
muito suspeito
esta sua afirmação
me diga mais
ou melhor
não me diga mais nada
chega!
alakazam
abracadabra
hocus pocus
bem que queria
queria ser um mago
e fazer magia
em uma palavra
um gesto
olhar
queria
mas não é tão essencial assim
um flerte
sorriso
flerte sorridente
e olhe
olhe para esta minha mão
e não para a outra
ignore
não se preocupe
a outra mão é boba
se lhe fizer algo
não ligue
finja
finja que não é com você
ou que nem esteja acontecendo
e sim
sinsalabin
aconteceu!
vou
por o louco pra fora
não
não vou
não farei
eu
eu endoidecido
enlouquecido
me decifro a cada dia mais
e menos sei
menos sei
sei
que não sei nada
e ignoro
e ignorando
ignorante
e arrogante também
um entojo
estojo
de guardar lápis
de cor
para desenhar algo
pintando
o sete
fazendo bagunça
gargalhando
um tolo
um bobo
bobo da corte
tolo de tolice
mas
mas que tolice a minha
bobiei
me perdi pelo caminho
mas cheguei aqui!
ser ou não desaforado
insólito
incomum
nas palavras escritas
nas verdades já ditas
e no que ainda
há de dizer
falaria vários tempos seguidos
quase infinitos
quase famintos
por serem devorados
mastigados
engolidos
igual balas de goma
mastigáveis
fofinhas
docinhas
doce
doce como mel
amargo fel
prefiro o primeiro
afinal como diria a mama
abelhinha
abelhinha
ponha mel em minha boquinha!
enrolo a língua
quando me atrevo falar algo
naquele idioma
idioma de origem saxônica
que coisa
um problema idiomático
um perdido
pedido
me veja ai uma coisa
coisa não
digamos
algo
que não seja comum
mas que também
não seja raro
nem rebuscado
mas tem que ser precioso
ou preciosa
pelo menos para mim
é o que importa
afinal
o que prezas
talvez não preze eu!
seria pedir muito
não
creio que pouco
irrisório diria
eu
que não quero quase nada
somente um naco
um pedaço
pedaço de maça
de um sonho
alma
...
nossa
...
nada a ver
saiu tudo truncado
interferido
desconectado
nada pude fazer
nada
foi instantâneo
quando vi já tava lá
escrito
e escrito é escrito
se não leu
pau comeu
eu
que quase nada quero
quase nada preciso
sinto.
empata foda
interrompe um coito
cortou o barato
simples
simplesmente isso
tudo ficou sem clima
num monotonia incomoda
olhares que não se encontram
distantes
de si mesmos
de tudo em volta
tudo volta
é o que dizem
que falam
seja assim então
que volte mas na proporção exata
do que foi
não precisa exagerar não
nem mais
muito menos
menos!
tenha a santa paciência
você
não eu
pois não tenho nenhuma
nem santa
nem não santa
me agito
debato
ando de lado a outro
animal em jaula
faltam
me faltaram palavras
para seguir com o que escrevia
interrupção
me deixou com as calças nas mãos
e nem estava cagando
tava andando
como já disse antes
de um lado a outro
animal
jaula
fera!
habito aqui neste pequeno espaço
infinito
não tem fim
mas tem vários começos
uns melhores
outros piores
prefiro o primeiro
melhor
melhor dizendo prefiro mesmo
eu
eu mesmo
lúdico
fazendo por querer
com gosto
gosta
gostaria
de poder pintar um quadro
usando tela
pincéis
e tintas
deixar as mãos discorrerem
para os lados que queiram
usando cores
usando tonalidades
sensibilidade
que acredito
que não tenha
isso sim
isso pode ser um problema
mas deixemos para ver
na hora certa!
varrendo folhas
pra debaixo do gramado
só para dar um destino
uma finalidade
uso
ou pura preguiça mesmo
dual
ambiguidade
pode ser algo
mas não
é outro algo
alguma coisa outra
diferente do que pensavas
que sonhavas
sou inútil
poeta
que fica fazendo versos
buscando rimas
num jogo de montar peças
peças de letras
peças de palavras
frases
curtas
bem curtas
as vezes de apenas um palavra
ou letra
.
que treco esquisito
acabo de escrever
porém de acordo aos procedimentos
fica
é a lei
única!
Tudo eu!
Tudo eu!
mas nem podia
deixar de ser diferente
pois criador e criatura
sempre tem algo do outro
monstro
o bom moço
quero dizer já meio idoso
véio mesmo
cada dia mais ranzinza
cada noite mais delirante
misturando coisas
esquecendo outras
achando graça
ou maldizendo algo ou alguém
um dinossauro
de braços curtos
e dentes afiados
pior é que não
andam meio desgastados.
ao pote
devagar vá
suave
tem que ter estratégia
tudo planificado
em últimos detalhes
os entalhes
o que foi esculpido na pele
tatuagem profunda
âmago
ser
ser poesia
somente isso importa
o que alimenta
minh'alma
o que realmente sou
sou letras desavisadas
palavras decifráveis
métodos inigualáveis
sem igual
vou poetar
jogar poesias por janelas
como se fossem minhas
minhas coisas
minhas vidas
várias que já tive
e terei ainda
ainda que ....
confuso
muito confuso no pensar
no falar
escrever
elementos truncados
congestionados
parados
no tempo
estancados
ficam ali trancando
como se fossem portas ou portões
barreiras
mas
mas sempre existe um buraco na cerca
tá ali em algum lugar
e basta encontrar
para liberar tudo
de uma vez
de uma vez por todas
abruptamente
quando se viu já foi
nada mais o que fazer
então
não faça nada!
coisa que escrevia a pouco
parei
deletei
foi pra lixeira
e olha que pouco faço isso
mas tava muito ruim
começou errada
e agora
agora sim iniciamos com o pé direito
ou melhor esquerdo
só para variar
uma mudança de conduta
uma alteração de rota
uma vida toda
tola
passou por anos fazendo tolices
tempos dizendo bobagens
vida
vida tola
que seguimos tendo
afinal
as tolices são tão bobas
o inverso também
um jogar fora de conversa
nada mais é que o descartar de algo
um deixar ir
esperar o vir
que venha
que venga el toro!
as vezes
literalmente
não entendo
o que escrevo
mas tudo bem
faço de conta que sei o que fiz
onde fiz
como
...
como foi mesmo?
como foi mesmo que te conheci?
em que tempo
qual local
hora
um duelo
saque sua arma que vou sacar a minha
e atiramos
que vença o melhor
vencer
...
vencer desafios
vencer monstros
a si mesmo
que tolo
é ainda capaz de perder
perdida
...
cabeça sem corpo
nem braços
nem pernas
caminha
caminha como se nada houvesse acontecido
com aquela bomba que caiu a seu lado
deixando um buraco e uma possa de líquido
vermelho
até parece sangue!
pensa que ainda é o melhor
em alguma coisa qualquer
uma basta
nem que não seja
tão boa assim
uma boazinha tá bom
questão de ego
de umbigo
de olhar no espelho
e se ver faceiro
contente por ser perfeito
sem nenhum defeito
mal sabe
mal sabe que não existe
o perfeito
a perfeição
mera convicção
que tenho
talvez por ser imperfeito
conter um monte de defeitos
e alguns desvios de conduta
e uns mal feitos
ou seja
em construção!
já ando meio cambaleante
indeciso
não sei se vou ou se fico
que lado sigo
neste caso prefiro o meu
meu próprio caminho
não escolho lados
muro
muitos chamam de muro
te xingam
caluniam
expõem
a céu aberto
em praça pública
no meio da rua
foda-se
que se fodam
não me interessam
são insignificantes
uns cocozinhos de inseto
merdinhas!
de cor e salteado
conheço
leio
minha mente
aquele canto mais obscuro
sombrio
um outro mais iluminado
racional
e a maior parte matéria escura
matéria nua
crua
mas não diria pura
não
nada pura
meio suja
meio encardida
bandida
pensa besteira
ordena movimentos indevidos
comandos atrevidos
assovios
barulhos e zumbidos
de todo lado
sons para meus ouvidos
regozijo
gozo
êxtase
apenas isso que sei
o resto
improviso.
mostro-lhe minha língua
para fora da boca
se tivesse dentro não a veria
seria um engodo
uma indução ao erro
que tentaria eu contra você
mas agora
ponha pra fora
fora da boca a tua língua
quero vê-la
se possível senti-la
em minha língua
que vai estar pra fora também
mas convenhamos
que coisa estranha
esta das línguas de fora
mostradas de qualquer jeito
aleatoriamente
insistentemente
vais tomar uma lambida!
Façamos de conta
tipo de brincadeira
que as coisas são mais belas
que a realidade
que não exista pobre
nem rico
apenas utopia
daquelas bem utópicas
de uma sociedade evoluída
algo humanamente possível
mas distante
muito distante
longínqua
não vemos nem sombra
nada no horizonte
apenas a mesmice
guerras
destruição
sede
fome
tudo igual!
parlaria eu de algumas coisas
se as ouve-se lembrado
mas não tem importância
afinal não lembrei
e se não lembrei
importante não era
e se fossem
seriam?
ou não?
que coisa
continuo sem lembrar
e ai me questiono
teria eu pensado nestas coisas
ou somente me iludi
teria eu enlouquecido
e somente imaginado estas coisas
coisa que pensei
ter pensado
que saco!
agora piorou de vez
pois se não pensei o que pensei ter pensado
o que haveria eu pensado
penso
penso
penso
e acabo sempre rodando
no mesmo ponto
pião
rodamoinho
penso que pirei
fiquei lelé da cuca!
certa vez
tentei agarrar o tempo
com as mãos
não deu certo
esvaiu-se pelos dedos
se foi
foi por aí
em todo canto
todo momento
afinal é o tempo
mas em instantes voltou
todo arrogante
imponente
parecendo o senhor do tempo
e pior é que é
é isso mesmo
e desta forma me agarrou
me fez de gato
me fez de sapato
levou-me a lugares
trouxe-me pessoas
sacudiu-me à beira de penhascos
lançou-me na estratosfera
pro espaço
e passou
e assim se passaram
alguns anos
rapidamente!
contarei um conto
uns números
lorotas
a torto e a direito
de qualquer jeito que vier a cabeça
um repente
insight
que vem assim num passe
passe de mágica
passe de samba
de ano
fase
vá
para outra atmosfera
outro planeta
era
escolhe ai e vai
vai sei lá passear
conhecer
xeretar
mas vá
vá firme e começo com o pé direito
o torto vai na sequência!
Eu
como não poderia deixar de ser
começo comigo mesmo
e depois
depois não sei como vou terminar
posso me transformar em monstro
em um vampiro
uma criatura construída
por pedaços
djinn
e lhe concedo três desejos
mas não pode ser qualquer desejo
tem que ser criativo
algo novo
uma surpresa
isso me surpreenda
me assuste
ai quem sabe vou pensar se realizo
sim passa por um crivo
minuciosa checagem
eu
eu mesmo irei verificar
e se tiver tudo de acordo
conversamos
um pouco mais sobre o assunto
mas não tem pressa não
tudo tem um momento!
queria ser uma flor
ficar ali em uma árvore
um arbusto
exalando
mas exalando um perfume
nada de mal cheiro
fedor
um odor agradável
inebriante
que atrai fêmeas
melhor dizendo as minas
para ver o que rola
o que aconteça
seja o melhor para ambos
uma troca de olhares
um tocar de mãos
sexo e sedução
não necessariamente nesta ordem
podem haver outras composições
podem ocorrer variações
das peças
no tabuleiro
jogo
de gato e rato
de esconde-esconde
me pega
e pode fazer o que quiser
...
aí sim
que maravilha
tudo o que se quer
sonhar
e por vezes
concretizar!
tava olhando
se tudo estava em seu lugar
ordem
nenhuma
nenhuma ordem
tudo com as pernas pelo ar
com a cabeça prá baixo
ao contrário
mezclado
melhor
muito melhor
tudo assim misturado
vários DNAs
vários contextos
vários textos
poemas
por que não?
me gusta mas
que sea
así
seja assim desta maneira
e não pretendo
mudar minha visão
irredutível!
fecho os olhos
respiro fundo três vezes
e penso num lugar agradável
e pronto alinhou os pontos
aparou arestas
clareou a mente
ficou tudo diferente
um outro olhar
uma outra tonalidade
tudo mais colorido
mais intenso
imenso
imenso mundo
imenso tudo
inclusive eu
me tornei gigante
um dragão
um rinoceronte
bicho
virei fera
selvagem
ou uma bobagem
mais uma das que imagino
em vários dias
quase todos
diria!
tempo
tempo infinito
tempo que não vemos
não sentimos
contamos
tempo
que passa agora
um filme em câmera lenta
slow motion
boring
tem que acelerar
velocidade máxima
tratemos de acelerar
não
vamos não
diminuamos a marcha
tiremos o pé do acelerador
devagar
chegamos longe
bem mais longe que correndo
parece estranho
mas é isso mesmo
puxa o freio de mão!
me vejo na obrigação
de confessar
o meu é mais cheiroso
mais bonito
harmonioso
que o teu
que posso fazer?
nada
simplesmente nada
certas coisas são assim
sem jeito
mas deixemos de lado
apenas observação
vamos ao que importa
a porta
efetivamente tem importância
serve de proteção
de resguardo
mas
o que importa esta porra desta porta?
sei não!
foi meio que de repente
surgiu
e agora tá ai
mas como disse
certas coisas são assim
e outras
algumas outras
de outro jeito!
sem deixar-se afetar
pelo entorno
pelo externo
afinal
meu habitat é o paralelo
e as vezes o enviesado
inadequado
que versa
vice e versos
escritos de propósito
somente para perturbar
a mim mesmo
eu
eu que minto a mim mesmo
bem sei que não me perturbam
apenas acalmam m'alma
que inquieta
se aventura em meio a palavras
se perde em parte de poesia
criatura
criador
tudo numa mesma figura
...
impressa em uma gravura!
muito feio
eu defronte o espelho
me vendo
horrendo
por dentro e por fora
criatura monstruosa
feroz
uma fera
de dentes carcomidos
unhas bem curtas
mente que dorme
dorme pouco
e funciona
funciona
sem parar
uma máquina
energia circular
circula
e faz circular
um mundo
destes que tenho
num local estranho
num sonho
sonho meu
então posso
ser o que quiser
mas efetivamente insisto
em seu eu mesmo!
confuso
sim
com certeza
doido
sim
sem dúvida
completamente louco
mundo
este em que vivemos
mais que eu
não
não entendo lhufas
de geopolítica
de geografia
teologia
nada
nada se justifica por si só
o olho
o dente
Hamurabi
Talião
de muito antes do comum
eras atrás
e ainda vigente
crescendo e se expandindo
deixando corpos no vazio
uma trilha macabra.
me cozinhou os miolos
este sol danado
turvou minha ótica
estou enxergando tudo nublado
sei lá enegrecido
confuso
mais do que o normal
difuso
bem mais que o normal
anormal
anormal de mente
fora de juízo
abstraído
como se navegando estivesse
como se flutuando soubesse
como se anjo
caísse
o caído
amaldiçoado
bandido
fora da lei
e dos costumes
impuro!
quero
indubitavelmente quero
brincar com você nas tenras horas do dia
e também a noitinha
sem horas
na hora que queiras
me coloco a inteira disposição
para tais coisas sou facinho
sou focinho
tomada
mas nada porco
sou limpinho
pobre mas limpinho
vez ou outra fedo um pouquinho
mas nada que água e sabão não resolva
lava cabeça
corpo
partes pudicas
pé
meu querido pé
como diria um ratinho
acho que vi um gatinho
com cara de anta
ali
aboletado em minha cama
bicho gordo e vagabundo
dormindo
novamente dormindo
quisera eu dormir um pouco
quem sabe assim escrevia algo melhor
melhor que esta
esta poesia
que pode não ser das melhores
mas quero mesmo assim
é minha!
se tivesse
...
já não existe mais
já passou
um segundo atrás
um momento
ficou no tempo
se foi
vento
lento
rápido
instantâneo
demorado
um retrato
uma cena gravada
um algo apagado
que poderia ser
e não foi
por escolha própria
nada mais que isso
vou por aqui
e não por ali
igual este verso
se não tivesse escrito
você não teria lido
...
eu na fase das palavras
palavras que digo
escrevo
crio
um mundo imaginário
sensorial
sensitivo
sinto
sinto coisas
sinto amores
tesão
fluidez
emoções
umas em separado
outras ao mesmo tempo
turbilhão
um redemoinho
rodando em minha cabeça
meu crânio
...
pirando
...
estou pirando
estou pairando
no alto do mundo!
absurdo
...
adoro esta palavra
tanto
que fui até ver
o que significava
e eis que o contrário da razão
um senso incomum
absurdo
um disparate logo pra mim
que sempre tenho razão
mais não é bem esta a razão
é outra
entender
deduzir
abstrair
saio
saio por ai junto com minha mente
flutuando
pisando em nuvens
sorrindo
tirando um sarro
de tua cara
logicamente
mas isso
isso já é outro papo!
tem dias que são assim
difíceis
fáceis
inusitados
sem pé nem cabeça
non sense
e eu
eu em aparente normalidade
assisto
de meu camarote
o que ocorre
e não faço nada
absolutamente nada
pois não irei intervir
não tomar um lado
neutralidade
nada mais que isso
e nem menos
somente uma posição
a minha
que é o que importa
pelo menos pra mim.
o sons de pássaros impera
um barulho de avião indo longe
voando
e eu paro
por um segundo parado
somente ouvido o entrono
e as adjacências
em volta
e agora um pequeno silêncio
um momento pequeno
quase mínimo
passa uma abelha
trabalhando
indo
vindo
com sua carga preciosa
pólen
a comida
a vida
coisa simples
se não fosse banal
quase banal
se simples não fosse
o inverso também
pouco importa
coisa diminuta!
não sei esperar
impaciente
instável
caminho de lado a outro
parecendo fera
presa na gaiola
exponho as garras
mostro os dentes
me faço de mal
malvado
olhar sanguinário
te mordo
levemente os seios
mamilos
o clitóris também
depois brinco
com os dedos
por lugares
lugares de teu corpo
olha a mão boba
que se assanha
se enfia
desliza
em uma busca indefinida
mas lúcida
ou não
quem sabe instintiva
crua!
quase igual a um parto
a luta contra a tal tecnologia
a cada dia
cada dia mais amigável
menos pra mim
eu
eu que parei no tempo
em um momento indefinido
estacionei e pronto
fiquei lá olhando
o que faziam todos em minha volta
olhava prá lá
escutava de acá
sentia
...
que havia algo errado
estava sendo devorado
por algo imaginário
por algo construído
virtualmente projetado
tens que ter rede social
tens que ser um consumidor
tens que expor opiniões
seja qual seja
não importa
apenas diga
ponha para fora
desembucha
de preferência
para o lado de lá
afinal esqueci
tens que ter lado
não importa qual
posicione-se
torne-se autômato
...
cover de humano!
pré histórico
muito antigo
dinossaurico
um T-Rex
um mamute
pterossauro
voando
voando e observando
voando e caçando
sedento
de carne e sangue
vitima
...
histórico
ser belicoso
guerreiro
forasteiro
invasor
...
no tempo exato
na hora certa
local e hora
a gente acerta
um duelo que tal?
ai sim resolvemos a parada
cada qual em seu canto
dispara
na hora que tiver que ser
no tempo que tiver sido
o local
aqui
agora!
palavras
frases
versos
vem surgindo
peremptoriamente
que palavra engraçada
não rima com nada
parece peixe fora d'água
se debatendo
espalhafatosamente
outra
palavra doida
palavra minha
não é proposital
é por acaso
surgiu de um momento pro outro
de repente
inesperadamente
sem esperar
não esperado
inesperado
materializou-se.
sou todo ouvidos
me fale
o que quiser falar
o que quiser dizer
me conta
uma novidade
me conta
de tua vida
conta
alguma coisa boa
tipo um flerte
um olhar
tocar
...
sinta
sinta na pele
os meus dedos
dedos ligeiros
os meus dedos
dedos safados
os meus dedos
dedos malcriados
que se transformam em gestos obscenos
que percorrem áreas escondidas
rapidinho
...
flua
igual as nuvens
flutue
deixe o tempo te levar
aonde nunca estivesses antes
aventura
a vida é uma aventura
a maior de todas
então
vá se aventurar e não me encha o saco!
estranhamente passeei pelo mundo
passei
passei dos limites
passei por várias portas
inclusive a tua
e não entrei
fui passando
direto
apressadamente
agitadamente
a mente
se agita
borbulha
atua
a todo momento
penso
vou pensando
vou imaginando
vou fazendo
fazendo de conta
que sou um poeta
que faz poesias
que faz rimas
versos
mas somente estou fingindo!
foi válido
valeu
sem dúvida nenhuma
certeza absoluta
...
inexiste
se fores pensar fora da caixinha
não existe
apenas uma lorota
piada de mal gosto
compre
coma
foda
consuma
indefinidamente
mantenha
mantendo
o chamado sistema
forças de um jogo
em disputa acirradíssima
para ver quem leva mais
o maior pedaço
fatia
de tua vida
de tua força
de tua vida
mas não
não deixe
que capturem tua alma
ai
ai fodeu!
regozijo-me
ao iniciar com palavra de efeito
nem digo frase
somente palavra
mas pelo menos
polissílaba
não mono
estéreo
...
divirto-me
com o que escrevo
uma brincadeira
somente isso
e digo mais
faço até piruetas
planto bananeiras
pulo cambota
de forma virtual
logicamente
não seria besta de tentar algo inusitado
o inapropriado porém
já é minha praia
meu reino
lugar onde encontro
todas as coisas
que estou procurando
infinitamente tentando.
Quem passeou
passeou
quem não foi
não vai mais
chega
tá virando bagunça
putaria
e neste caso
nada melhor que um basta
chega pra lá
afasta
se cruzar esta linha
já sabe
é pancada
briga
guerra
...
merda
...
deu merda
mais uma merda
que pipoca
da noite pro dia
surge
igual cogumelo
uma nuvem pairando
uma espada
navalha!
Incógnita
debaixo de véus
escondido na barra da saia
da mãe
mistério
a ser solucionado
descoberto
elucidado
um elo
uma ligação material
ou não
um entrelaçar de dedos
vem
vem comigo
eu
logo eu
que sou teu inimigo
um bandido
um bandido tipo aqueles
de filme mudo
pastelão
besteirol
meio palhaço
meio disfarçado
artificie
que fica por ai
fazendo arte
sendo arte
sua
não é alugada não!
nem ia falar nada hoje
nem ia de verdade
falo sério
mas
porém
contudo
no entanto
coçou
deu coceira
vício
a droga perfeita
preferida
o gostar de gostar
o amar sem querer
o olhar pertinho
senti até um arrepio
destes que sobem pela coluna
e vão até a nuca
nunca
...
nunca mais
never more
vivo sem
sem meus escritos!
gosto
pronto falei
e tá falado
uma brasa
mora?
muito da hora
lesgal paca
massa
de modelar
de tapar buracos
mangiare
bacana
que bacana seria
se lembra-se outra gíria
mas agora parece que esqueci
tantas outras
um monte
da falas sem sentido
de palavras ao pé de ouvido
ouvindo falas
sentindo palavras
faças
faças o que faças
faças de improviso!
as poucas certezas
se foram
esvaneceram
ficaram dúvidas apenas
tantas perguntas tenho
tento
tento obter respostas
e quase nada encontro
quase
quase que tropecei em algo
algo que não sei que era
talvez pedra
talvez papel
tesoura
que vença o de sorte
que vença o experto
que vença quem quer que seja
apenas um jogo
divertido
mas bobo
feito para pequenas disputas
escaramuças.
brincando
com palavras soltas
somente para vê-las
todas juntas
brinco
com palavras tolas
somente para sacar
a tua cara
brincadeira
brincadeira de criança
que nada tem a fazer
nada além de tolices
e
quanto mais melhor
como dizem
até eu mesmo diria
se tivesse lembrado
mas
pra falar a verdade
nem pensei nisso!
Gostoso assim
naturalmente
eu
também crocante
além de gostoso
fiquei crocante
em pedaços
mastigado
deglutido
engolido
tudo em volta
bocas
bocas e gargantas
bocas e dentes
Bocas e línguas
Locas
bocas locas
lábios convidativos
no tamanho certo
do jeito certo
esteticamente orgânicos
sem alterações alegóricas
sem balangandãs
fantasias
vem
vem aqui
deixa eu atormentar
os teus dias!
vinha agora
à pouco
falando sozinho
quer dizer
comigo mesmo
falava palavras
procurando alguma coisa
que não tenho a menor ideia
do que seja
busca aleatória
no improviso
ato
sem pensar em nada
contínuo
movimento sem nenhuma coordenação
nada planejado
foi
foi sem querer
foi brincadeirinha
fui
mal interpretado
sem contexto
descontextualizado
vocês não entenderam porra nenhuma
isso resume tudo!
entretenho-me
olhando minha própria mão
minha mão boba
boba mão
que escapuliu por debaixo de teu vestido
foi buscando
procurando
um lugar úmido
caliente
tá quentinho aí em baixo?
que bom
bom sinal
bom início
princípio
o principal da coisa
é que a coisa
não passa de algo
uma coisa
coisando
coisada
que coisa!
são as letras iniciais
dos últimos cinco temas
títulos
postagens
não
não gostei
prefiro dizer
cinco versos anteriores
5
5 vezes cinco
deve dar vinte e cinco
zero fora
um salto
uma cambalhota
pirueta
salto
no ar
e mais incrível de tudo
sair voando
flutuando
tipo sei lá uma nuvem
talvez apenas o vento
ventando
num fim de tarde
num silêncio
nem um piu!
desprendido
descolado
descolado da realidade
o óbvio
e também ululante
ou tá na cara
ai bem na tua frente
cuidado pra não tropeçar
trupicar
e sair todo torto
cambaleante
de rumo indefinido
diria até mesmo
perdido
se perdeu
perdeu-se
no denso descampado
do próprio cérebro.
Ei
Ou
Você ai
ô nó cego
vem cá vamos levar um papo
um lero
lero-lero
vou soltar os verbos
de forma desavergonhada
esculachada
desajeitada
sempre as três
três palavras
uma sequência
rimas
...
fortuitas
soltas
amontoados de coisas
e algumas coisinhas
bestice
a minha
estou sendo besta
mas será
será que quadrada
ou esguia
fina
...
finamente trajado
usando cuecas
meias
e cachecol
quase todo exposto
na praça
na pública
via
indo
vindo!
problemas técnicos
atrasaram a apresentação
mas
na dúvida
desliga e liga de novo
da um boot
um chute
e em último
recurso
um chute
na bunda
no saco
no espaço
pula
um galho
outro
voa
de um mundo
outro
flua
de um estado
outro
outra
outra vez
novamente
repetidamente
distorção
deformação
sem forma
nem conteúdo
sem recheio
vazio!
de loco
tenho quase tudo
e mais alguma coisa
além
que sabe insano
ou mundano
humano
ai pegou
pegou no humano
este ser orgânico
que se liga em máquinas
absorve e se deixa
absorver
esponjas inevitavelmente
esponjas
absorvendo
quem
quem eu pergunto absorve mais
que suga de maneira mais eficiente
e incorpora
podendo até mesmo alterar
as bases
os dna's
âmagos
em um down load da porra
cntrl c
cntrl v
ou no popular
copia e cola!
tinha pensado em algo
um algo interessante
para escrever aqui
para desenvolver
falar
mas não lembro não
esqueci
porém
sei que existiu
em uma centelha de tempo
uma faísca
lampejo
que talvez retorne um dia
possivelmente não
pois se perdeu
perdeu-se
em meio do espaço
perdido no espaço
sideral
mas
acho bem que vai voltar
afinal
o que vai
volta!
elencando
tudo nos mínimos detalhes
tudo organizado
listado
listas múltiplas
diversas
para isso
para aquilo
nenhuma importância
era apenas para lembrar
que somos números
somos várias listas
vários nomes
inúmeros
uma quantidade grande
grandioso
que droga!
não pedi nada disso
não quero nada assim
um numero em uma lista
cliente
alguém
ou algo
insignificante
meramente um detalhe!
seguindo em frente
já nem lembro o que escrevia
e agora
como será
o próximo capítulo
...
não sei
...
efetivamente não faço ideia
vai ter que ser na cochas
de qualquer jeito
no improviso
igual sempre
sempre foi assim
nada planejado
quase tudo no susto
o repentino
tranco
ah sim
o tranco
este não poderia falta
unha e carne
mano
brother
parte querida
a preferida
escolha obvia
tanto
que nem preciso desenhar
FIM!
Uma peça
encenação
atores e atrizes
roteiros
diálogos
apresentação
Uma peça
de roupa
largada no chão
lançada no ar
arrancada com os dentes
Um peça
pièce de résistance
algo peculiar
uma obra
uma arte
algo escrito
em hieróglifos
pequenas figuras
desenhos pequenininhos
com algum significado
mesmo que difuso
que avesso
verso
mesmo que um verso!
Tô aqui escondido
só ouvindo
os barulhos
as bagunças
coisas girando
mentes pensando
tudo rodando
em volta
em sua volta
em meu redor
efeito tipo alucinógeno
psicodélico
flores coloridas
paisagens floridas
veja
look the picture
que linda
que bela
bucólica vista
exala perfumes
e cheiros diversos
uns bons e outros não
e nada de gardênia
nem cheiro
nem perfume
somente vácuo
sem cheiro
sem perfume
...
a mais pura verdade
te digo nestes maus traçados versos
uma alegoria se desejas
uma ilusão se é o que queres
duas opções
dualidade
ambiguidade
escolha
ela é toda tua
mas não se decepcione
depois
aí não dá mais
já foi
chance perdida
ou ganha
tudo é parte
parte de um jogo
gato e rato
polícia e ladrão
esconde
esconde
vou
agora vou
me esconder!
quem manja das paradas
vai saber o que é
o que foi
vai sim
foi fácil de mais
a ilusão
cegando os olhos
tapando os ouvidos
fechando a boca
viu
ouviu
falou
Nada!
nada que prestava
uma merda atrás da outra
verborragia
verborreico
verbo
verbo divino
verbo sarcástico
verbo que falo
que escrevo
poesia
que droga!
agora só sei falar assim
só sei pensar assim
o que será de mim?
Oh!
Oh! céus
Oh! vida
Lamento muito tudo isso
parece propaganda
vai uma mercadoria aí?
coincidência
ou não
nem vou dizer nada
muito menos
eu te disse
mas que falei
falei
falhei em não ser mais incisivo
deixar aflorar meus instintos
aquela pulguinha
de trás das orelhas
oreiudo
de abano
ponha pra funcionar e saia voando
vai dar um rolê
uma voltinha
lá pros lados da China
de onde dizem que o sol nasce
tolos
uns tolos pensar assim
pois o Sol nasce nos instantes
em cada instante
cada momento
cada tormenta solar
labaredas
incendiaras
que lambem o espaço
lançando calor para além do imaginário
algo que não imagino
na verdade nem penso nisso
não sei por que
fui pensar logo agora
algo deve ter sido balançado!
Inclinado!
falemos agora em terceira pessoa
a primeira me cansou
empapuçou
parece vício
então a partir de agora digo
Ele
ele o Tell
o eu
fez tal coisa
deixou de fazer umas outras
e foi indo com seu lema
sempre em frente
indo
...
indo pra não sabe onde
e nem pensando nisso
somente em versos se fazendo
apenas em poemas vivendo
seu maior delírio
um mundo imaginário
faz de conta
faça uma poesia
mas não se esqueça de brincar
co'as palavras
brincar!
hoje vou começar com saliente
uma palavra qualquer
me veio à mente
surgiu assim de repente
não mais que derrepente
escrevi dos dois modos
um deles deve estar certo
mas
voltemos ao obvio
ao ululante
notório
um evidente não saber
não saber de nada que interessa
e nem aprender ao novo
moderno
antigo
...
antigamente que era bom
na verdade uma merda
bosta
o tempo
um segmento de tempo
igual tudo
tem seu tempo
a passa
por sinal voando
já foi
já se foi o tempo
já se foi no vento
passou
e eu
eu aqui nesta caverna
pensando
passando
um dia vou
um dia vamos
mas deixa pra lá
falemos disso mais adiante
bem adiante!
bilhões de bocas
mastigando
comendo
comendo carnes
vegetais
cerais
comida
bolo alimentar
energia
em outras palavras
vida
bilhões de bocas
predadoras
mastigadoras
destruidoras
bocas famintas
querendo mastigar
mastigar algo
ou algum coisa
alguém
bilhões de bocas
bocas falantes
dizendo
o que se deve dizer neste momento
pare
diminua
reduza
reuse
recicle
recicle a vida
de boas vindas
sempre
que possível
a um novo dia!
conversando com a loucura
percebi
que talvez possa ser louco
e reparem
disse ser louco
e não estar
louco
louco de pedra
adepto da loucura
insanidade
doidice
a minha
pensar que conversei
com minha loucura
que loucura
não deve ter cura
incurável
ser descontrolado
mas
por outro lado
...
é loucura boa
se é se posse dizer isso
mas digo
pois
posso ser louco
mas nem por isso mentiroso
apenas pequenos deslizes
umas mentirinhas!
meio que no ar
flutuando
voando
pairando sobre montanhas verdejantes
bucólicos vales
mares paradisíacos
paraísos
paraísos religiosos
escatológicos
o fim e pronto
vai pro bem bom
mulheres
bebidas
comidas
é só festa
só paz
e sossego
conversemos
amemos
serenos
quase anjos
e luz
luz da totalidade
da sacralidade
deidades
diversas
muitas
basta escolher qual será a sua
ou quais serão as tuas
a escolha é livre
até eu já tenho as minhas
mas não vou contar!
queria
já quis muita coisa
hoje já não mais
quero mais ainda
quero poder voar
sem asas
pulando de lugar em lugar
andar pisando em nuvens
queria
...
queria morder-lhe
a bunda
por que não?
é uma bunda linda
seria um desperdício
não faze-lo
queria
...
muito
...
queria
lhe beijar os seios
mamilos
tetas
e etc
etc e tal
coisa
e tal
diminuindo a palavra
deixando que as palavras se façam
façam de conta
brinquem
indefinidamente até o fim
uma parte do jogo!
Falei de usar
se for necessário um método qualquer
paulada para ser exato
mas pode ser qualquer coisa
qualquer mesmo
pode ser uma flor
um beijo
tapa
coisa qualquer
com certeza
uma palavra amável
um palavrão
palavrinha
poderia ser prosa
mas é poesia
palavra escrita
em máximos detalhes
e mínimos também
coisinhas
tipo formas de ver a vida
tipo delírios múltiplos
de qualquer outro número
uma conta
equação
regra de 3
sempre!
bobericezinha
a pouco
marquei bobeira
vácuo
espaço entre coisas
entre palavras
pessoas
se afasta ou aproxima
se amassa ou espreme
vira massa
matéria escura
a nado
a nada
vou nadando no nada
de braçadas
pernadas
pauladas
se for preciso
somente se preciso
vai que
...
necessite!
dizendo coisas
que não fazem menor sentido
com sotaque
sotaque português
piada
piada de brasileiro
chacota em tua face
em tua cara
de tua
cara
de pau
e pedra
caminho
indo
sempre em frente
como já dito antes
sem retorno
mas com alguns desvios
depois corrige a rota
e segue
...
em frente!
esta agora será diferente
o meio primeiro
o fim em seguida
e o começo
o começo começando agora
1
2
3
tudo novo
cheiro de novo
gosto de novo
em folha
novinho em folha
estalando
cintilando
surgindo
...
surgiu
como se não quisesse
nada
mais queria tudo
mais que dimais da conta
queria quase tudo
somente algo que não
mas isso já
outra história
deixa pra lá!
vulgo
conhecimento pop
popular
tá todo mundo sabendo
e nem faz sentido saber
somente coisa corriqueira
da rotina
mas espere
lembrei que não quero
não quero dizer
dia-a-dia
não
novamente não
me deem uma outra palavra
que soe diferente
que seja diferente
somente para variar
sair da coisa comum
e tocar o mundo
tocar a campainha
e sair correndo
para acordar
tudo mundo!
absorto
...
absorvo
...
tal qual esponja
tudo ao redor
e nas adjacências tbm
sem limites
sem parâmetros
chance
sem oportunidades
pra a presa
golpe certeiro
bote
...
tal qual esponja
esponja do mar
esponja Bob
bobo
estranha forma
corpo
estranho no olho
um cisco
...
tal qual esponja
espoja do mal
cinco pontos e coisa e tal
qual
um joguinho
umas palavras
arremessadas de forma aleatória
sem forma
sem corpo
um espectro
um bom assombro
bem o que dizer
a não ser
que falta do que fazer
escrever!
ema
ema
cada qual com seus problemas
eu tenho os meus
que digamos de passagem
que não são tão problemáticos assim
são mais o menos
meia boca
pequena
a boca pequena te digo
um segredo
na surdina
vou te falar
mas não espalha
não diga nada
a ninguém
cala-te
e lhe digo então
que o mundo
ah este mundo que vivemos
ele é feito
de papel crepom!
parado
parado e olhando
a tela em branco
e nada
nada veio a mente
ficou tudo vazio
um vazio
vácuo
nada
nada de mais
nada de menos
igual
sempre igual
um dia repetindo outro
e outro
já é
outro dia já é
quem sabe então
que permita
um sorriso novo
abraço morno
um beijo
beijo solto
boca a boca
respira
inspira
expira
pira
e começa
começa a subir paredes
flutuar
voar
como se fosso passaro!
maníaco
...
por palavras
amontoadas
formas variadas
jeitos diversos
versos
vide o verso
olhe a porra do verso
sinta poesia
deixe que se insira
no córtex cerebral
assim é
ou pelo menos deveria ser
ao meu ver
eu
eu que sou suspeito
neste assunto
diria
mas não direi não
somente por pura diversão
por teimosia
teimoso
burro empacado
amarrado
em lugar que não sei?
maior pergunta
de respostas múltiplas
inúmeras
pode ser lúdicas
espúrias
líricas
...
grunidas
gritadas
berradas
ao pé do ouvido
um grito
desabafo
delírio
...
subjetivo
...
indivíduo
o sujeito melhor dizendo
protagonista
aquele que atua
representa
inventa
mente
...
e pensa
pensa nisso ou naquilo
de uma forma ou de outra
diferindo
de si mesmo
questionando a si mesmo
e mesmo assim errando
ao certo
ao incerto
improvisando!
sincrético
envolto em mistérios
enigmas
tramas
dramalhões
uma série
que se desenrola aos poucos
aos pedaços
minúcias
mínimos detalhes
pedacinhos
estilhaços
pra tudo que é lado
de tudo que é jeito
furdúncio
putaria
que maravilha
se desenha na tela
pintou
foi pintado
divagado
...
divagando
...
divagação!
Não!
não acabou não
continua
nos próximos capítulos
episódios
nos próximos segundos
minutos
horas
dias
e mais dias ainda
quase que indefinidamente
pra sempre
ou quase
dúvida
sempre a indecisão
bem e mal
direita ou esquerda
palavra ou letra
verdade
mentira
a grande verdade
a pequena mentira
tudo faz parte
um aparte
vida!
jogando fora
fora da mente
um monte
monte de pensamentos
inúteis
ou úteis sei lá
tantos faz
tenho que conseguir mais memória
espaço
para novos
outros
muito outros
processos cognitivos
cognitivamente
cognitivo
putz
travou numa palavra
travou
possivelmente
um tilt
fim de jogo
game over!
esqueci de tudo
e fui tomar banho
fui lavar o corpo
e a alma também
sabonete
escova
esponja
sais de banhos
aromas
fiquei
fiquei cheiroso
pronto
prontinho
para fazer maldades
travessuras
deixar a velhinha no meio da avenida
largar cego em mata
roubar doce de criança
esperança
não espere nada não
não espere nada de bem
a não ser
que sejas também
louco!
um ar erudito
não
nada disso
num primeiro momento
negação
já num segundo
esculhambação
palavras em alto tom
palavrão
sim ouvi um palavra
em alto e bom som
maldito
mal falado
caluniado
e em outros
tormento
uma tormenta
se aproxima
tá chegando perto
vai desabar
o mundo vai desabar
em chuva
em forma de gotas
molhando
o que dizer
que já não disse antes
não sei
quer dizer
sei
uns tantos temas
eventos
momentos
ainda não desvendados
descobertos
expostos
opostos
em lados diferentes
um ring
ring de lutas
sopapos
safanões
tapa na oreia
por fazer besteira
dar piruetas
plantar
bananeira
jogar capoeira
ou poeira
pro alto somente para tudo
enevoar
ar de mistério
film noir!
O mundo
redondo
um círculo
mas não perfeito
laranja
tipo uma
laranja
sem problemas
mesmo assim nos econtramos
encontraremos
como não podia deixar de ser
no tempo
tempo exato
tempo escasso
temporal
nada ver a ver com tormenta
me refiro
a espaços
digamos moleculares
que ligados
forma
algo
alguma coisa
alguém
uno
mas que não vive sozinho
precisa de uma civilização
de conjuntos
grupos
...
me manda ai outro zap
quero
quero mais ilustrações
de como deveriam ser as coisas
não!
quero não
quero discernir
ter bom censo
sendo
apenas humano
errático
orgânico!
embrenhado
enfiado no meio do mato
um matuto
um Urtigão
ogro
ser diferente
ser divergente
ardente
em fogo alto
ardendo
pulsando
vivendo
vi tudo que quis
ver
vendi tudo que não queria
e fiquei
com mão à frente
com mão atrás
um barril
meio reino por um barril
pode ser até de plástico
neste momento não me importo
só quero tapar minhas vergonhas
caraio são tantas
que perdi a vergonha!
o que ia fazer a pouco
não sei
não lembro
e olha
faz muito pouco
tempo
uns poucos minutos
ahhh
lembrei
ia pegar meus óculos
e pronto
já fiz
e agora enxergo algo melhorado
não que melhore muito
o argumento
sempre igual
o mesmo
repetidamente
repentinamente
saque suas palavras
me atinja
me acerte
alvo
círculos vermelhos
fundo branco
...
target
...
algo a ser alcançado
acertado
vencido
inimigo!
vou
vou soltando verbo
de tudo que é jeito
jeito correto
errado
do jeito que der
que sair
para fora
sair
sair da vagina
casulo
ovo
ou será que o ovo?
é também casulo?
e se veio antes?
ou se veio galinha?
algo ou alguém
veio primeiro
que dúvida
que dádiva
ainda ter questões
sem resolver
coisa a descobrir
sonhar
que bom!
mando um bilhete
uma mensagem
zap
plinc
zum
plena velocidade
luz
som
não nesta ordem
exatamente
desordem
bagunça
tudo rápido
tudo muito rápido
todo mundo rasteiro
um brinquedo sem graça
jogo tedioso
morno
humano
pensando lenta
lentamente
nada artificial
orgânico!
não tocarei em tuas coisas
se você não deixar
prefiro assim
mas
se deixar te digo
que serei implacável
obstinado
em tocar
tocar no teu intimo
âmago
quero o que sabes
o que sentes
o que és
nada de mais
nada mesmo
uma pequena parte
parcela
naco
somente isso
então
...
se me permites
tomo posse
grato!
em um segundo
pula
de um galho a outro
símio
similar
similaridade
quase igual de verdade
quase humano
por um desvio de genes
num piscar de olhos
se foi por outro caminho
em paralelo
diferente
tão diferente
que não faço ideia
do que estou falando
ou melhor
escrevendo
assim sendo
assino:
eu!
arrogante
meio pedante
não suportável
delirante
que tem aqueles delírios
de ver elefante rosa
de subir nas paredes
emergir no fantástico
nada de show
muito de vida
vida
dádiva
da natureza
do universo
um deus qualquer
um querer maior
que o próprio entendimento
tudo
não passa de um sonho
um a mais
que se dilui ao vento
na água
tempo
puf!
sumiu!
tateando lentamente
no escuro
o que procuras?
ímpio
se não crês em nada
nada acreditas
então digas
de uma vez
vez por todas
desembucha
solta a porra da língua
e fales pelos cotovelos
ou tornozelos
sei lá
sei nada
eu cá
tu acolás
bem distante
lá
lá
lá
cantarolando
uma cantiga
cantiga qualquer
não sabendo nada de nome
nada de nada
nadando
a favor da corrente
sempre
afinal cansa menos.
blá-blá-blá
blá
blá
blá
blá blá blá
e blá
bahhh
não para de falar
abóboras
abobrinhas
palavras descabidas
que não cabem em momento
algum
coisas que não farei
ou faria
ignoraria completamente
que maldade a minha
deveria ser mais condescendente
complacente
mas não sou
sou assim imperfeito
um defeito
ainda na produção
o chamado
vício de origem!
para menores
para maiores
todas as idades
melhor
melhor não assistir
ver
ouvir
pode gerar controvérsias
polêmica
ou furdúncio
ai sim
bagunça
arranca rabo
pega pra capa
gente pra tudo que é lado
verdadeiro
pica a mula
sai em disparada
que o risca-faca se acirra
intensifica
dissemina
e ai tudo muda
começando outra fase
e vamos
vamos jogar
o jogo!
nem um pouco católico
nem um pouco
budista
islâmico
pagão
sem religião
sem pregação
sem lições
de falsa moral
nem bem
nem mal
céu ou inferno
glória ou aleluia
apenas grato
grato por tudo
o que foi bom
o que não foi tão bom
o conjunto
a obra
gracias!
a la vida
ao dia-a-dia
ar que respira
inspira
pira
pira nas ideias
nos pensamentos
raciocínios
racional
assim sendo
ou pelo menos tentando
mesmo que falhando
misirávelmente!
esgueirando-se
por entre ruas
pelas vilas
travessas
caminhando sem destino
por diversas vezes
incontáveis horas
ouvindo apenas a mente
pensando
falando
imaginando
algo
um algo qualquer
o que diria se chamar
coisa
ou coisas
as coisas que se movimentam
circularmente
obliquamente
concêntricas
excêntricas
como se fossem singularidades
algo único
fora de tempo
fora de lugar
verdadeiro peixe fora d'água
ou cachorro em dia de mudança
perdido
...
perdeu-se
por ai
um pensamento
que nem se lembra bem
o que era
parece que fluiu.
me parece que não gostam muito
nem pouco
pouco importa
não ligo e sigo
sigo fazendo coisas
coisas certas
coisas erradas
a torto e a direito
esquerdo também
tudo que é lado
espalhafato
falácia
burburinho
ruído
um estrondo
uma fala
um grito
sussurro
um susto
a plena luz do dia
na calada da tarde
à noitinha
noite
sou mais dia
criatura diurna
dia-a-dia
dia após dia
até um dia
bom dia!
folgado
mais folgado
que colarinho de palhaço
descabelado
descabelando o palhaço
por ai
despenteado
com cara de louco
com jeito de doido
insano
quase humano
meio homem
meio fera
besta
uma besta quadrada
ou seria ao quadrado
que grosseria
a minha
te chamar assim
deste modo pejorativo
depreciativo
uma ofensa
te ofendi
...
e agora?
...
me ofenda de volta
e estremos quites
no empate
1 a 1
melhor que zero!
engana-se quem pensa
pensa que tudo sabe
não sabes nada
pensa que é mais bonito
és feio e ponto
pensa que pensa
de modo aleatório
simples simplório
tolo
és tolo
um joker
otário
pois não pensas nada
nada além do que és direcionado
autômato
quase orgânico
quase matéria
eres virtual
um personagem
uma paisagem
fake
eres falso
não existes
triste
que triste!
caminhos longos
os meus
caminhos tortos
eu
sempre escolhi
mas não poderia
ser diferente
escolhi assim
desde muito tempo
longo tempo
torto tempo
caminho
rumo a um infinito
igual uma frase
que vi atrás de uma foto
foto antiga
de tempos atrás
longos
tortos
incertos
em rumo
no tempo
nos caminhos
...
pé ante pé!
de boa
estou aqui na boa
dedilhando
escrevendo
escrevendo algumas coisas
descrevendo algumas outras
desenhando
se preciso for
quer?
quer que desenhe?
eu desenho
mas vai ser meio estranho
meio surreal
irreal
garatuja
algo rudimentar
rabiscos
nada legíveis
nem decifráveis
na boa
melhor deixar de lado
de boa
não vou desenhar não
decifra-me
ou te devorarei!
Urucubaca
escrevi esta palavra
em algum lugar
esta semana
e nem lembrava bem
o que significava
fui ver
fui conferir
relembrar
má
mala
mala suerte
e eu fora
quero não
sai
sai de mim zica
afaste-se
três
três vezes na madeira bater
só pra garantir
pra modo de se prevenir
pois de sorte
já basta a minha
nem boa
nem mala
apenas sorte
exatamente como deve ser!
meu corpo
já assim
digamos
meio velho
maio cansado
sentindo excessos
cometidos
e que ainda cometo
e nem comento nos detalhes
sórdidos
torpes
me aquieto
num canto de boca fechada
que não entra mosquito
nem mosca
nem inseto nenhum
nada
não entra nada
nem pensamento
ou fluído
plasma
qualquer
...
coisa
sem entrada
sem saída
somente uma via
sem volta!
sigamos então ...
Olha eu aqui
ostra vez
digo
outra vez
foi o tal
tal do corretor de texto
me corrigindo
me interrompendo
fodendo
por vezes
embaralhando
distorcendo
invertendo
o que queria dizer
de fato
pondo palavras em minha boca
inventando coisas
sem significado
nenhum
não
não quero me me corrijas
pois sou incorrigível
pau que nasceu torto
e segue assim!
eu
sempre eu
no foco
na cena
ultimo biscoito
do pacote
isso pelo menos
em minha visão
o que vejo das coisas
o que vejo de novo
vejo e revejo
repito
a sim repito
os mesmos erros de sempre
um looping
infinito
repetindo
reconstruindo
destruindo
tornando a construir
destruir
a ir
vir
simultaneamente.
Idiota
tonta
ingênua
uma besta
mesmo
mas não sou eu não
insulto uma pessoa
e nem sei quem
aleatório
uma palavra perdida
a mesmo
sem direção
sem alvo claro
indefinido
um tiro
tiro no coração
de supetão
pá
bum
estilhaçou
despedaçou
tornou cacos
os telhados
os vidros
vidraças
que verso
mais babaca!
vivia vendo
coisas
as mais descabidas possíveis
e as impossíveis
nem me diga
via isso
via aquilo
outro
outra
outra visão
e pronto já mudou tudo
de tom
de padrão
rede
já se foi a outro plano
outro planeta
dimensão
e sem sair do lugar
pelo menos fisicamente
a carcaça fica
só indo com a cara
e coragem também
unha e carne!
literal
literalmente
literariamente
literatura
letras
juntas formando palavras
que por sua vez
se juntam
desenvolvendo frases
que ao seu modo
se tornam versos
ou poemas
ou poesias
ou verdade
mentira
mentirona
mentirinha
minto
minto pra caramba
e também para caralho
mentiroso nato
mentiroso
um contador
de mentira!
os fatos
e as fotos
fazem parte do dia-a-dia
do cotidiano
do social
socialmente aceito
acho que não
socialmente escancarado
pernas literalmente abertas
aceitável
de maneira empírica
experimente
não faz mal não
quer dizer
hoje em dia
não
faz mal sim
um mal do caralho
mal que se apossa
da mente
do corpo
alma
...
e pior ainda
suga energia
energia vital
a vida!
me faço de besta
as vezes
mas não sempre
ocasional eu diria
somente para ver
só pra ver o que vai dar
onde vai parar
que seja qualquer lugar
ok
um tempo qualquer
também
espaço indefinido
este é requisito
minha casa
ou a sua?
na rua
na lua
lá na lua
parece aventura
de ficção cientifica
sci-fi
espaçonave
vivemos
vivemos sim em uma
uma espaçonave!
cognitivo
nem um pouco
é mais no improviso
no supetão
susto
sempre interjeição
sempre estética
e nada de métrica
nada de rima
poesia crua
sem sal
nem pimenta
morna
nem quente
tampouco fria
medíocre
meia boca
mundana
...
do mundo
que muda a cada dia
para pior
nada de melhora
nada mesmo!
o que dizer afinal
talvez já tenha dito tudo
que sabia
e agora
agora não sei mais o que dizer
nem consigo pensar
nem vagamente
ficou só vaga
poia a mente
saiu por aí
de maneira autônoma
saiu pensando
em forma orgânica
tecidos
órgãos
fluídos
nada de transistores
nada de processadores
chips
humano
com seus erros
seus acertos
com virtudes
defeitos
imperfeito
nada mais digo!
adormecido
dormindo em sono lento
sonho extenso
longa metragem
longa bobagem
ilusão
...
entorpecido
...
louco
de babar na gola
virar sapo
subir por paredes
somente por diversão
somente por isso
...
envaidecido
com o que produz
mesmo que seja pouco
pouca escala
artesanal
manual
analógico
...
desembestado
saiu correndo por ai
igual filme hollywoodiano
uma trama
um enredo
começo
meio
fim
...
The End
...
si acabou
acabou-se o que era doce
c'est fini
que coisa
não
foi pá
foi pum
e pronto!
foi apenas brincadeira
tudo isso
o conjunto da obra
o acervo
coleção
coleção de figurinhas
de namoradinhas
coisas do dia-a-dia
corriqueiras
normais
ou quase
quase que sim
mais próximo do não
questão de distância
contramão
e pé também
contrapé
pegou no pé
no contrapé
um pontapé
no saco
ou no popular
chute no saco
chute o saco
doí pra caralho!
bem que podia
podia saber alguma coisa
coisa interessante
que fosse
imaterial
não palpável
porém mastigável
feito chicletes
goma de mascar
mastiga
mastiga
mastiga mais um tanto
sem parar
rumina
até cansar
mas não engole não
se enrosca nas tripas
é de difícil saída
gruda na portinha
fica pendurado
indo de lado
a outro
um verdadeiro estorvo
...
este verso
tosco
tonto
sem sentido
um devaneio
sim
é isso!
palavra tinha
ido
para algum lugar
que não sabia mais
um arquivo
sei lá
um desvio
talvez
um destino incerto
algo perdido
algo guardado
excluído
lixo
deletado
mas não pense
que foi de computador
pois foi
foi da mente
e caiu na mente
é peixe
é presa
vítíma
palavra tinha
ido
prum local
indefinido
...
e vai tudo sendo repetido
indefinidamente
sem fim
...
a espera
é longa
mas pouco importa
faz parte
para alguns casos
outros não
quem disse
que o tempo requer exatidão
precisa não
é livre
é leve
é solto
tão pouco é dinheiro
tempo não é não
é invalorável
é incomensurável
é incontável
não se mede
não tem medida
imensurável
...
e fui me perder
neste abstrato
momento
melhor dizendo
um lapso!
eletrificado
energizado
a ingressar nas telas
nas teclas
bugs
milênios
de tempos em tempos
igual cometa
corpo celeste
meteoro
navegando em matéria escura
no mundo da lua
caminho
já se caminhou muito
indo em frente
sempre
no susto
no susto sempre
no tranco às vezes
brincadeira
rima
e pronto
mais uma poesia
hoje mais curtinha
que nunca.
mal me quer
bem bem quer
dubiedade
sem dúvida
uma obviedade
o dúbio
o inexato
o dilema
de escrever tanta
palavra tola
coisas tolas
na boa
na boa faço
faço versos
sem importar se são belos
ou feios
são só poemas.
o tempo
o tempo é como o vento
passa
passa lambendo
passa voando
passa passando
...
o tempo
...
uma distração
uma ilusão
prestidigitação
e muito mais
são tantas coisas
que nem sei contar
...
o tempo
é faceiro
ligeiro
certeiro
parece teleguiado
remotamente guiado
autômato
automatizado
mecanizado
liga
liga no automático
e desliza
na maionese
...
o tempo
...
preciso
preciso de tempo
me de
um tempo
que seja pequenino
mas que caiba mais
muito mais coisas
muito mais sentido
muito mais
somente isso!
substantivo
gramatical
sintético
sintático
tático
uma estratégia de sobreviver
um instinto de insistir
prosseguir ou ir em frente
sempre
não há retorno
os barcos já que queimarão
viraram fumaça
cinzas
carvão
carbono
ser carbônico
humano
orgânico
união de moléculas
nada mais que isso
ou
ou tudo isso!
contem ou estas contido
em algo!
trajetória
ir do ponto A ao ponto B
uma reta
não
uma curva
parábola
lição
e a moral da história
é?
o crime compensa
e quero
quero roubar teu coração
quero roubar teus peitos
tua
digamos xoxota
quero fazer minha
quero usar
usar e desfrutar
de teu deleite
ser teu enfeite
um adereço
que somente uses
em ocasiões especiais
um mimo
um símbolo
sonho ou pesadelo
tento faz
pode ter sido desastroso
mas nada impede de ter sido gostoso
de ter sido charmoso
chique no urtimo
da hora!
espirro
um puta espirro
espirrão
e lá vão
perdigotos pra tudo que é lado
espermatozoides se acotovelando
disputando espaço
luta
matando leão por dia
que pena
deixa e bicho em paz
deixa vai?
deixa de lado
deixa quieto
disso
e daquilo também
não lhe convém
levar na bagagem coisas desagradavéis
descartáveis
coisas de mais
leve as de menos
o menos que puder deixar
e carregue somente o essencial
somente o banal
e nada de mal
seja leve
...
flutue!
Nossa
adoro isso aqui
amo tudo
muito isso
e repito
novamente digo
com todas as letras
gosto pra karai
di montão
vou aqui ou acolá
ando
caminho
falo verdades e também mentiras
vou ao passado e volto ao presente
o futuro não
é independente
auto suficiente
auto destrutivo
mutante
pois ainda não ocorreu
é incógnita
enorme ponto de interrogação
?
e a resposta é
...
não faço menor ideia!
com licença
poética
taco a escrever
poemas
poemas bobos
sem nexo
sem sexo
eco
ecoa na mente um verso
logo escrevo ou perco
perco a medida
perco o fio
e também a meada
mas
mas nem tudo esta perdido
apenas escondido
em subterfúgios
pretextos
textos
meus
meus textículos
sim textículos
e não testículos
nada de obsceno
nenhuma genitália
ou bunda de fora
que pena
uma pena mesmo!
ia falar de alguma coisa
que já não quero mais
irrelevante
pequeno
um deslize
pequeno
um chiste
menor ainda
um poema
deste tamanhinho
pode ser um ponto
ou apenas um virgula
ponto e virgula
uma pausa maior
um minuto talvez
silêncio
me escute
ai aqui falando
falando que estou falando
enquanto escrevo
não faz sentido!
te olho
olho não com os olhos
mas com a mente
recentemente adquiri tal habilidade
te vejo
não como vejo normalmente
é diferente
as cores
texturas
mudam com o passar do dia
enxergo
enxergo coisas
que digo
digo do meu jeito
pequenos versos
poesia
percebo
que o tempo passa
independe
que o tempo voa
inerente
que eu passo
passeio
que eu voo
tenho asas
mas não sou anjo não
nem dos caídos
nem dos divinos
individuo
que sabe voar
alado!
mero acaso
só assim
que seja
que seja um esbarrão
um tropeção
achado
vai que
que dá certo
quem sabe
quiçá
as chances são boas
mas não arrisco palpite
e tampouco pitaco
fico na minha
de boca fechada
não conheço o tema
então nem tento
silêncio
faça
um pouco de silêncio
sem sons
sem barulhos
ruídos também estão inclusos
portanto
nem respire!
no inicio
não entendia quase nada
hoje em dia
igual
sem saber de nada
que passa em sua volta
que transita ao seu redor
nada
quase supremo nada
não sabe nada
não sabe que é margem
que vive na margem
na borda
na corda
corda que bambea
de cá
pra lá
balançando
entre o bem e o mal
entre lúcido e alucinado
dúbio
sem precisão
nada!
Um
dois
três
apertando
apertando a tecla foda-se
e vai que vai
vamos
vamos logo ao que interessa
importa
deixemos de meias palavras
meios verbos
poemas
tem que ser inteiro
por inteiro
nada de metade
ao meio
no meio
por meio de
mais pontinhos
até parece uma trilha
de migalhas
de pedaços de pão
pegadas
um caminho
com volta
com voltas
e curvas também!
ali
naquele local
ao vivo e em cores
lentamente enlouquecendo
se esvaindo da realidade
correndo
fugindo
e além de tudo rugindo
ali
daquele jeito
imperfeito
desvairadamente errando
e tornando a errar
um erro
atrás de outro
ali
a céu aberto putrefando
apodrecendo
todo sujo
fedendo
cagando e andando
e não dando bola
acolá
muito longo
outro lugar
se transformando
noutro algo
alguma coisa
uma ironia quem sabe
um cinismo talvez
vazio
Num lugar qualquer
um ponto
um ponto e vírgula
uma exclamação
interrogação
e nenhuma resposta
nenhuma pergunta!
rotundo
redondo
uma bola
esfera
laranja
o mundo é
só para vagabundo
não se esconder
nos cantos
somente para isso
e pronto
já basta
questão solucionada
e nada de mais falamos
sobre isso
não me venha dando voltas
especulando
cutucando
xeretando
já deu
mas não deu pra mim
que pena
lamento
mas não ficar aqui chorando
partiu
pra outra
outra vez
outra oportunidade
chance
...
e desta vez
com possibilidade!
um pingo em alguns is
somente alguns
não todos
nada de radicalidade
apenas realidade
a minha é lógico
a tua pouco importa
não me interesso
sou alheio
sou avesso
desconheço
...
e nem interesse tenho
em conhecer
ema ema
cada um co's seu probrema
e é probrema mesmo
não me venha ocasionar problemas
quero não
sai ligeiro de banda
fininho
versinho
...
dedilho teclas
brincando com letras
e palavras
somente com a intenção
de provocar a alma
a tua
a minha
nosssa
que poesia tosca!
boca
boca a boca
boca louca
meia
meia boca
meio assim
meio assado
um pato
alvo
que fala
fala pelos cotovelos
e pela boca também
solta palavras a torto
e de qualquer jeito
nada direito
nada certo
tudo errado
ao meio
nas coxas
de qualquer forma
sem forma
disforme!
descabelado
todo desordenado
desconjuntado
parece colado
uma colagem
toda bagunçada e sem sentido
algo invertido
algo no sentido certo
errado
apropriado
para o momento
para o que pensa
faz
alguma coisa à alguém
mas coisa boa
nada de maldade
sim verdade
não resta outra coisa a dizer
o que tem que ser é clichê
é chiclete
gruda
e permanece
tipo encosto
encostado
em barranco
antes que o mundo acabe!
Vai dormir
vai
quem sabe ganhe mais
mais conhecimento
mais discernimento
pois grana
esta não vai ganhar não
é pura ilusão
pensar assim
e a própria bufunfa
que na verdade não é nada
não tem peso
não tem cheiro
nem é verdadeiro
digital
virtual
uma pirâmide
um triangulo
base larga
na ponta um ponto
ponto indefinido
no espaço
no tempo
vácuo
um enorme nada
vazio!
nada de números
ou símbolos
ou somas
subtrações
porcentagens então
nem pensar
letras
palavras
frases
versos
aí sim gosto de estar
é meu mundo
minha paixão
e quando me apaixono lhe digo
sou de amargar
chato prá caraio
um otário
que fica imaginando
em todo momento
em todo motivo
um objetivo
transformar algo em poesia
discorrer versos
descobrir rimas
quase melodias!
por vezes pensamos
que o que pensamos é o certo
ou errado
...
ambíguo
...
do avesso
invertido
de ponta cabeça
divertido
e me divirto
pensando
somente isso
nada mais preciso
além de ficar
conjecturando até o infinito
o que vai além
do que consigo imaginar
imagino
imagine
pense
um pensamento
que pode ser certo
mas errado também
ao mesmo tempo!
vociferaria
palavras
se soubéramos
mas não sabemos nada
que seja desagradável
que não agrade
que arda
engasgue
não
não sabemos não
não queremos não
preferimos verbos mais amenos
que nos brindem sinceridade
e sinceramente
nem pé
nem cabeça
tudo virado ao contrário
pernas ao ar
pro ar
que respiro
pelo ser
que existo
sorrio
afinal estou sendo
filmado!
uma lufada
um vento
um cheiro
perfume
perfume de gardênia
igual uma música
que não é para meus ouvidos
no me gusta el sonido
me gustan otros
odores
sabores
aromas
barulhos
...
ouço
escuto
falo
o que vier a mente
o que vier de repente
rompante
impetuosamente
no susto
...
sim no susto
um não planejado
como se eu planejasse algo
uma surpresa
boa de preferência
uma mera reflexão
short
...
sorte
boa sorte
sortilégio
magia
feitiço faria
se soubesse faze-lo
sim faria
...
de conta
faria de conta
que sou poeta
de carne e osso
e alguns tantos órgãos
e outras partes variadas
igual uma feijoada
completa!
ia começar com a frase
sai deste corpo que ele não lhe pertence
mas lembrei
que já usei
e foi recentemente
mas devo dizer
que funcionou moderadamente
por isso foi bom
repetir
que saia
que se afaste
quanto maior distância
melhor
que bom
já me sinto mais aliviado
confortado
em braços acolhedores
protegido
de quase tudo
de quase todos
afinal
unanimidades
não existem
são ficção
são ilusões
utopias
...
ainda bem!
sinto mais frio agora
do que antes
deve ser o tempo
influindo como sempre
enxerido como como lhe é peculiar
intrometido
metendo o bedelho
onde não é chamado
se alguém chamou não fui eu
nem havia pensado nisso antes
e olha que já não mais sei
o que pensei
se foi
foi no tempo
foi no vento
igual no verso anterior
e só percebi agora
e agora
agora já é tarde
passou
passou passando
e ainda esnobando
se fazendo de besta
que tolo
um tolo maior que eu!
falando de tempo
do tempo cronológico
do tempo biológico
orgânico
passou voando
como um vento
passou passando
queria que tivesse sido
mais lento
quem sou eu
o que penso
apenas sujeito
apenas imperfeito
atulhado de erros
errei aqui
errei acolá
e um pouco mais além
até botinas encontrei
em uma parte do caminho
só não sei de quem eram
mas perdidas foram
e pelo jeito
não foram encontradas
foda-se então!
espera e espera
espera mais um pouco
o computador inicializar
começar a trabalhar
deve estar com frio
com preguiça
sei lá
por isso digo
computa
computa computador
com puta
um belo de um puta que o pariu
ou ponte que partiu
o mesmo efeito surtiu
quase igual
e até rima
se esperar um pouco vira verso
vira poesia
uma puta poesia
das boa
profissa
de baixa qualidade
mas profissional!
ou artes e ofícios
o quase moderno
o artista
a arte
artesão
que manipula
que mistura
transforma
qualquer coisa
em algo
estruturado
costurado
talhado
...
esculpido
no criativo
nos sentidos
sentidos mais libertários
mais intactos
não tocados
pelo business
negócios
profissa
...
automacidade
artificialidade
realidade
de não se pensar mais
apenas cumprir tarefas
machina!
filme já visto
repetido
repetitivo
ti ti
vo vo
pe pe
re re
o ultimo meio que pareceu
risada
pareceu escárnio
sarcasmo
algo sutil considerei
bem ao seu jeito
ao seu modo
nem correto
nem errado
apenas continuidade
reprise
passando novamente
película
a pasar siempre
passando infinitamente
na mente
as mesmas imagens
os mesmos sons
palavras
as minhas
...
faço as minhas
palavras!
silenciosa e vagarosamente
deslizando
por aquela fenda
pequena
se viu
se viu diante da consciência
quase plena
quase amena
uma tormenta
de pensamentos
pensamentos pequenos
rápidos
abstratos
elétricos
...
eletrecidade
ligado no 220
cabelo espetado
pelos eriçados
em estado de atenção
máxima
tô ligado
...
olhos arregalados
boca seca
sedenta
mãos frias
esguias
orelhas pra cima
escuto tudo
tudo mesmo
até o bater
de um coração
uma respiração
sussurro!
coisas tolas
são as que mais gosto de escrever
algo non sense
sem pé ou cabeça
de trás pra frente
...
coisa bobas
as que mais gosto de fazer
fazer rir
fazer chorar
fazer pensar
eu que rio
que choro
penso
...
coisas toscas
as mais vejo ao meu redor
em minha volta
estou cercado
e peço socorro
e nada
pergunto:
onde andara o Chapolin Colorado
...
coisas loucas
que penso
a cada instante
penso
e não imagino nada
além de loucura que me domina
que vem me dominando
tomando conta
pronto
enlouqueci!
