ficou uma merda
uma pá
um monte
de merda
eu sei
mas não pude evitar
foi evacuando
vindo a tona
vazando
em um ventilador
deixando sujeira
odor
quer dizer
fedor
fedor de merda
de bosta
quantas fezes
uma verdadeira merda!
ficou uma merda
uma pá
um monte
de merda
eu sei
mas não pude evitar
foi evacuando
vindo a tona
vazando
em um ventilador
deixando sujeira
odor
quer dizer
fedor
fedor de merda
de bosta
quantas fezes
uma verdadeira merda!
mais um ano chega ao fim
são resoluções
recordações
retrospectivas
é vida que vai
vida que vem
vai & vem
amém
amem
a torto e a direito
o certo
o errado
seja franco consigo mesmo
é o mínimo que se espera
e ponto
novo paragrafo
nova linha
como se tudo depende-se
de uma volta ao redor
do sol
existem outras coisas
involucradas
mas nem vou falar delas
cada um que veja seus temas
as escolhas são próprias.
vou escrever
não!
não vou não
caso faça
sairei da linha
e se vier o trem
eu perco
e perco também a história
o trem
a história
deu pra entender
ou quer que eu desenhe
ou escreva
capiche?
mas eu
eu não entendi nada
passei pelos tempos
sem saber o que precisava
e de tempos em tempos
dava uma olhada
em alguma coisa ilustrada
e dava risada
pior
que era de minha própria cara
que piada
sem graça
sem riso
nexo
humm
pelo menos quem sabe rolava sexo
fuc fuc
vuco-vuco
isso naquilo.
esfrego as mãos nas faces
cansaço
fadiga
tô ficando véio
o corpo já não responde
de forma adequada
aparecem coisas
temos que tomar outras tantas
dizer o que?
...
faz parte da vida
uma nova etapa
novo momento
novas descobertas
alguns esquecimentos
o que mesmo
eu estava fazendo?
não sei
parei no meio do verso
sem poder ir em frente
e muito menos voltar atrás
empaquei
feito burro
igual teimoso
já quase idoso
e o pior de tudo
é não ter tomado jeito!
a uma distância segura
mantenho-me
de minhas próprias loucuras
as mais loucas
sórdidas
sombrias
por medida de segurança
...
seguro a onda
aguento a barra
resvalo
quase caio
quase
...
um bólido
um corpo em movimento
massa
velocidade
e nada de frenagem
não pretendo parar
...
teleguiado
rádio controlado
remoto
robô
autômato
sem mente
sem vida
um amontoado de carne
de ossos
fluidos
...
machina!
acabei de me apaixonar
por um verso
e foi o anterior
amei de paixão
é muito eu
é muito tudo
universal
e gostaria que sai-se por ai
pelo mundo
de mente em mente
atingindo muitas gentes
feito vírus
uma gripe
amor
sim, amor seria mais preciso
mais necessário
amável de minha parte
igual sorriso
por isso sorrio a toa
frente ao espelho
sozinho
verso
não em prosa
em verso
poesia
de mim
pra voce!
ieu ia de novo falando de sonhos
quase que ia
mas não vou não
vou tratar de outras coisas
outros temas
coisas diversas
tipo ilusões
eu
que me iludo o tempo todo
o tolo
tolo de sempre
tolo de tudo
tolamente
totalmente
sem mente
sem racionalidade
verdade
sou
o palhaço descabelado
o louco que anda pelado
o bobo que sonha acordado
não!!
sonho não!
tentei não tocar no assunto
e me flagrei tocando
me peguei sonhando
um sonho!
travei
nas ideias parei
de pensar
fiquei num vácuo
vacuum cleaner
aspirador de pensamentos
inspira
da choque
arrepia
o couro cabeludo
os pelos do suvaco
do saco
...
que saco
sem fundo
de estopa
...
que saco
sacola
sacola de feira
sacola de compras
de viagem
...
que saco
sacolejo
balança tudo
treme
treme-treme
risca-faca
muquifo
...
saco
uma bandeira branca
PAZ!
no sentido restrito
tudo
friamente calculado
como já dizia
El Chapulín Colorado
ao inverso do planejado
estrategicamente equivocado
tiro n'água
no nada
vazio
o anti-herói
o fajuto
bufão
que se diverte sozinho
com os seus brinquedinhos
segredinhos
coisa boba sem sentido
tola
uma tolice
tolice em forma de verso
só pra te deixar
sem ar
sem fala
...
melhor não falar nada
mesmo!
um estranhamento inicial
não posso negar
inclusive
creio que normal
pelo menos pra mim
que sou marinheiro de muitas viagens
a primeira já foi a tempos
tempos pequenos
tempos humanos
analógicos
digitais
e coisa tais
tal
qual
qualquer maneira
de qualquer jeito
um beijo na bochecha
um queijo
uma goiabada
um Romeu
uma Julieta.
estando
de estar
de permanecer
habitar
um mundo
um planeta
que flutua no espaço
no infinito
universo
multi
muitos versos
e anversos também
não poderiam faltar
tudo um jogo
uma mistura
mezcla
de matéria escura
...
clara
ovo
óvulo
semente
que brota
nasce
cresce e vive
infinitamente
pra sempre!
me fugiu agora
me falta agora
criatividade
inventividade
uma merda de uma ideia
o que fazer?
o que escrever?
versar
...
um verso
digamos eficaz
pode ser de caos
pode ser de calma
de guerra
paz
...
paspalho
que pensa assim
circular
dando voltas
sempre em um movimento
ineficaz
...
antagônico
a si mesmo
que contradição
maldição
raios
raios duplos
raios triplos
que mico
paguei
...
isto não faz o menor sentido
tudo
sim tudo
o meu entorno
nas adjacências
redondezas
ao redor
localidade
veja ai no gps
maps
latitudes
longitudes
marcos tridimencionais
transcendentais
e coisa
e tais
tais coisas que nos deixam loucos
da cabeça
loucos
de tipo chutar pedra
dar murro em ponta de faca
mandar para aquele lugar
vai
vai de uma vez
vai de uma vez por todas
hasta la vista baby.
rabo d'arraia
rabo de saia
rabo
não o meu
outrem
outra pessoa
o meu não
já tá bão
me dou por satisfeito
me vejo rarefeito
pouco denso
leve
igual pluma
uma pena
ave
voando
...
pelo céu afora
pelo mundo a fora
perambulando
andando
um pé
depois outro
numa sequência
não sequencial.
colei
as duas partes da cabeça
que haviam quebrado
colei com cola
cola de madeira
cara de pau
olhando
protegendo
cuidando
digamos fazendo a sua parte
um
um aparte nesta historia
neste verso
que desliza
que navega
abrindo espaços
desbravando mares
lugares
em sua frente segue
a cara feia
cara sisuda
sombria
mas é só isso
uma face não bonita!
mostro os dentes
e se ouvir direito
vai ver que também rosno
e mordo
mordo doído
de mansinho
firme
deixo marcas
marcas de dentes
sisos
caninos
e outros
outros dentes
feroz
....
ferocidade
da boca pra fora
do jeito que queira
basta pedir
...
peça
...
então peça
peça logo que estou meio ocupado
escrevendo um verso
um poema
ou um teorema
de verdade!
os sonhos
ahh os sonhos
sonhos em que me afundo
aprofundo
vou fundo
até o limite
dos sonhos
que me perseguem
me fazem de bobo
me encantam
os sonhos
que me deixam louco
lelé da cuca
doente da cabeça
vai lá saber o que é?
sonho
sonho acordado
sonho dormindo
caminhando
parado
e até arriscaria
arriscaria dizer
que sou um sonho
melhor dizendo
pesadelo!
degrau por degrau
pé pós pé
passo a passo
dez
descompasso
me atingiu em cheio
quase que me derruba
mas não
estou aqui
ainda
ainda de pé
um passo depois de outro
subindo cada degrau de cada vez
igual criança
aprendendo a andar
sabendo que cair é uma possibilidade
nada mais que isso
fifty-fifty.
juntando uns cobres
os caraminguá
as miudezas
pra comprar
consumir
gastar
tudo
o que restou
sobrou
cortando laços
amarras
soltando os barcos
deriva
navega ao sabor dos ventos
das águas
flutua
como se estivesse na lua
sem travas
sem nada
nem gravidade
zero!
andando de maneira irrisória
se é que existe isso
caso negativo
não tem relevância não
uma sensação somente
uma tentação de sempre
e tento
e tento
o tempo todo e nada
tudo virou o nada
e nada mais se fala
de tudo isso
...
mas
...
espere
...
tenho que falar algo
somente não sei bem o que
meio confuso
obscuro
cadê a porra da lanterna
não enxergo nada!
desconectado da realidade
fora do ar
sem pé e cabeça
nas nuvens
vens
vens das nuvens
da lua
ponte que partiu
pariu
pare!
...
bem aí onde está
neste lugar
não sai daí
deste espaço singular
um canto
um tanto quântico
descontinuado
um tanto quanto físico
formulado
tanto
...
orgânico
um produto químico
ligado a outro
ser simbiótico
combinação!
pisando em ovos
quebrando tudo
fazendo uma omelete
aproveite tudo
nada deve se perder
escapar
um olhar
um sorriso
piscar
o uc piscou
e como não iria
deixar de piscar
quase impossível
algo certo
destino
...
desatino
...
desalinho
...
enquanto vem vindo
eu já estou indo
de volta
ao ponto de partida
início
começo de tudo!