matei seis
moscas
estavam me atrapalhando
enchendo o saco
e voam pra cá
pra lá
zunindo
azucrinando
matei
...
matei o tempo
varias vezes
consciente
ou mesmo
inconscientemente
matando
...
matei aulas
perdi matéria
e também anti
antimatéria
antítese
resistência
oposição
me oponho
mato
...
num mato
sem cachorro
que tava amarrado
com linguiça
ou seria
salsicha?
foi um tirinho
um traque
plac
e plunc
zum
rapidinho
uma rapidinha
na pia da cozinha
na varanda
mato
no meio do mato
tal qual
bicho
igual
instinto
puro
animal
animalesco
...
mordo
...
teus peitos
...
me deleito!
sem freio
sem eira
beira
vai pela ladeira
à baixo
desembestado
rolando
pedra
que rola
pra baixo
todo santo
ajuda
ajuda aqui
me de
sua mão
apenas isso
o restante pego depois
lentamente
pausadamente
diria até
indecente
mente!
lhe digo
falo
bobagens
aletoriamente
hilário
palhaço
...
sapatos grandes
largos
lábios pintados
vermelho escancarado
macacão colorido
divertido
um otário
...
bem tosco
...
bem torto
...
pau que nasce assim
não se endireita
acerta
erra tudo
jogo
amor
destino
...
incerto
pois este seria
o certo
duvidoso
cheio de desvios
nenhum caminho certo
...
andarilho!
por pirraça
foi
pura
tortura
loucura
uma textura
defeituosa
pela minha
garganta
ou
Gargântua
obscenidades
vaidades
viadagens
machividades
discussão estéril
discutível
indiscutíveis.
]
até pensei
em dar os parabéns
o happy
dia
feliz dia
mas
que diferença faria
o que seria além
de mera gentileza
reciprocidade
toma lá
dá cá
me dá
me de
o que meu
direito
sinistro
lado oposto
inimigo
sou bandido
estou ferido
fodido
um quase mendigo
que ainda vibra
ao escrever tolices
em telas brancas
paredes
muros
tudo sujo
com mijo
fezes
palavras!
vou postar
de novo
mais uma vez
vou
poetizar
umas palavras
frias
tolas
sem sentido
palavrinhas
parece que já sabia
que ia dizer
estas mesmas palavras
inclusive palavrinhas
foi déjà vu
um flash
um beck
lembrança
recordação
já foi
...
partiu
o trem partiu
bus se foi
avião
decolou
presente
passado
futuro
tudo questão de tempo
materialidade
dimensão
em resumo
pontos de vista!
fata
fato
fotos
nudez
vou expor
minha barriga peluda
na net
e se quiser
terão que subornar
a mim
para tirar as fotos
bufunfa
muita
tá bom
nem precisa menos
sempre muito
mais
mais uma miragem
no horizonte
no verticonte
ali
logo em frente
quente
frio
térmico
põe a mão aqui embaixo
pra ver se esta quentinho!
um ponto
em tela
branco
pode ser
coco de mosca
pode ser
um sinal
um símbolo errado
uma placa trocada
indicativo zoado
que indica
uma troca
um erro
zoeira
besteira
uma grande besteira
que escrevi agora
neste poema
obsceno
tremendamente indecente
que diz respeito
ao ponto
vamos
ao
ponto!
vácuo
suvaco
sufoco
ô loco!
doido
sai
sai zica
vá embora
suma
desapareça
me deixa
hahaha
só rindo mesmo
seja em espelho
na rua
enquanto durma
ria disso tudo
em sua volta
nas adjacências
arredores
arrabaldes
qualquer lugar
divirta-se
envolva-se
enrole-se
desenrole-se
desenvolva-se
ou simplesmente
mude
mude algo
uma planta
noutro lugar
mas mude!
nem fodendo
talvez
melhor pensando
fodendo possa
uma fodinha
com línguas
mãos bobas
locais úmidos
escondidinhos
e mordidas
bem dadas
sem deixar marcas
visíveis
das invisíveis
nem falo nada
afinal
o que o olho não vê
a mente não pensa
nem imagina
tem ideia
não faz a mínima
afunda
vai pra dentro
volta
e continua
metendo
os pés
pelas mãos
pernas contorcidas
emaranhadas
em um contorno
meio torto
louco
meio que fodido!
alguma coisa
fora
lugar
um peixe
em ambiente inadequado
se debatendo
avançando
lutando
pra mergulhar
na água
n'água
um respiro
parei pra respirar
um pouco
de ar
pulei
pulei de alegria
plantei bananeira
fiz pirueta
e ri muito
de minhas besteiras
gargalhei
e nem vi
que morria
sorrindo
feliz da vida!
gosto muito
dimais da conta
de sentar aqui
e dedilhar palavras
versos
poesias
é pra valer
senão
nem escrevia
nem dava bola
dedicava tempo
o meu
seu
espaço delimitado
por ponteiros
os ponteiros dos relógios
que já quase
não existem mais
viraram peças
de museu
estante
fundo de caixa
assim
tudo se encaixa
um quebra-cabeças
puzzle
brinquedo
...
quer brincar?
já diziam
passarinho
que come pedra
sabe o cu que tem
eu não como pedra
nem pedregulho
e mesmo assim
só me ferro
é paulada
de tudo que é lado
é porrada
na boca do estomago
no saco
é flechada
de um cupido danado
que não tem o que fazer
a não ser
atazanar
quem tá vendo o seu lado
meio desconectado
desnorteado
assustado
acordei
dia destes
e me vi apaixonado!
com as mangas arregaçadas
pronto
para a luta
batalha
labuta
...
escuta o que tenho
a dizer
antes de me mandar
colher batatas
às favas
roça
...
deixa
deixa de troça
vai puxar carroça
carro
de bois
e depois
não diz que não avisei
alertei
do tempo ligeiro
das areias
ampulhetas
grãos
sementes
vida
viva a sua
que vivo a minha
quem sabe um dia
a gente se tromba
sem marcar
sem avisar
anunciar!
fico louco
faço cara de mal
falo
o que me vem
na cabeça
inclusive
este trecho
de velha canção
daquelas
de fogueira
areia
poeira
dos tempos
que ficaram lá atrás
pelo caminho
bagagem
ou pelo menos parte
pequena
um naco
retrato
de um momento
e vou
vou lento
atravessando o vento
fazendo cara de mal
falando
enlouquecendo ...
na ponta de língua
uma palavra
idéia
clitóris
hummm
neste momento
opto pelo clitóris
pelas tetas
bunda
buceta
e pernas longas
deslumbrantemente extensas
igual o pescoço
tipo Nerfetite
pescoção
para morder
lamber
chupar
...
clitóris
...
brincar
bagunçar
instigar
a vontade
uma vontade
bem molhada
molhadinha
bem molhadinha!
tá na expec
expectativa
eu também
sou pura ansiedade
instabilidade
loucura
de minha parte
é claro
que ser sincero
neste momento
seria o obvio
ululante
pulsante
pulsantemente
pulso
sangue
fluídos
genes
germens
vírus
in vitro
no vidro
vidraça
pedra
estilhaça
não
não teve graça
nenhuma
esta poesia!
saliento
sai de um lugar
e entro noutro
lugar
é lógico
somente para pontuar
bem as palavras
as frases
falas
expondo claro
de maneira clara
claramente
esclareço
que entro em um lugar
vindo doutro
local
somente para mudar
o lugar
variar
diversificar
...
pirar
...
pular no ar
dando cambota
sorrindo
belicosidade
está no ar
tá on
oriente
ocidente
um monte de gente
brigando incessantemente
por causas meia boca
de fumo
de litro
caçapa
me de este pedaço de terra
naco de mar
um mito
vilão
que lhe rouba o pão
lhe afana tostão
espreme
chacoalha
rapa
faz o rapa
em tua carteira
tuas certezas
limpa
faz a limpa
só deixa em tua volta
merda
prá todo lado
teto
paredes
ventilador
fala
só diz:
merda!
na frente do tempo
na verdade correndo
dele
que passa
passa feito rolo
compressor
feito
de macarrão
bolo
em espiral
espiralado
pirado
surtado
atado em uma camisa
força
à força
com a cabeça na forca
fala a letra certa
senão vou
cadafalso
a dentro
e ponto final!
envolvo-me aqui
vitualmente
rodeado de palavras
frases
versos
...
poemas
...
poeminhas
versinhos
frases pequenininhas
palavrinhas
...
aconchego-me
como se usa coberta
em dia frio
aquece
acalenta
confort moment
instante lento
extase!
atabalhoado
atordoado
atrapalhado
aquele que
atrapalha
faz
trapalhada
um cômico
palhaço
sátiro
não
nada a ver
somente semelhança
no nível palavra
escrita
escreve
escreve aí
o que vou lhe dizer
sim um ditado
que lhe asseguro
inicio e meio
já o fim
este ainda não rolou
simplesmente isso
não rolou!
acendi a luminária
em minha própria cara
vou me fazer
confessar
todos os meus crimes
os meus deslizes
mancadas
e pior de tudo
as pisadas
nas bolas
estas sim terríveis
incomensuráveis
chegando ser
miserables
míseros
tostões
trocados
por um trabalho
atividade
activo
passivo
lhe enfio um tabefe
bem no escutador de novelas.
andei pensando
em coisas
em temas
palavras
inícios
e cheguei
a lugar nenhum
dei voltas
como pião
cachorro correndo
pra ver se alcança o rabo
de arraia
saia
cometa
vou ver estrelas
conhecer planetas
amanhecer em luas
olhar mulheres nuas
cruas
carne que pulsa
faz bagunça
esmiuça
tira tudo
dos devidos lugares
faz um remelexo.
ligação direta
mas não do jeito que imaginas
é roubo de carro
mesmo
furto qualificado
crime
desorganizado
um bando
quadrilha
um monte de caipiras
armados
dentes
que mordem
arrancam pedaços
mastigam
carne
...
humana
canibais
antropófagos
monstros
vez ou outra
quando
em vez
me deixa
arrancar um naco de tua perninha
ou da minha
tanto faz
quero
um bifinho!
dar um up
pra cima
arriba
arriba!
levanta vagabundo
bagunça ai
este mundo
mundinho de merda
que anda esse
mundinho de nada
que anda esfacelado
mundinho pequeno
te trombo
em uma esquina
uma avenida
ruela
travessa
vem
vem comigo
atravesse o portal
o ponto de partida
comece o jogo
el partido
partido
en pedazos
troços
ossos
para o jantar
sopa
baquete
fome
...
fome no estomago
fome na massa cinzenta
fome arrebenta
sede
...
me de água
um pouquinho
um litro
umas gotas
sempre benvindas!
alinhavo palavras
em forma de versos
uma pré poesia
antecipação de sons
barulhos
tipo esboço
uns rabiscos
traços
curvas
entre linhas
leia
nas entrelinhas
dos sonhos
dos devaneios
onde a loucura
impera
manda
desmanda
tumultua
desnuda
tira a roupa
praça pública
vergonhas
à mostras!
não entendi
nada
to ficando velho
meio cego
surdo
burro
mais burro que o normal
daqueles de empacar
em uma ideia
idea fix
fixada na mente
bem na frente
um outdoor
letreiro
legendas
ao pé da linha
onde passa trem
locomotiva
vagão
agulha
palheiro
tudo
e mais um pouco!
acesso somente
pessoal autorizado
autoridades
e adjacentes
que mostram os dentes
as garras
carteiras
certeiras
as certezas
de libertinagem
impunidade
acima de tudo
de todos
ídolos de barro
se não for
material mais cheiroso
mal
malcheiroso
fedorento
coco
quem
quem foi que cagou aqui
o que foi
que fizeram
uma merda!
soy loco
doido
estranho
sou oco
santo do pau
oco
...
ouço
ouço vozes
sons
barulhos
que não entendo
compreendo
e me dou conta
de meu estado fluídico
gasoso
etéreo
meio avoado
quase opaco
caricato
uma caricatura
uma criatura
monstro
monstruoso
provocativo
bíblico
simples rés
num rebanho
indo
pro abatedouro!
sorria
você não está
sendo filmado
selfado
memado
termos
gramaticalmente errados
licenciados
poeticamente
policamente
nem tanto
nem tanto
um amontoado
escatológico
um monte
de merda
deu
deu fezes
pra não repetir
merda
...
totalmente
previsível
mesmível
mesmice
o mesmo
de sempre
e nada mais!
olha!
bem aqui
tá vendo?
ou não?
se não
te desenho
em fino papel
quase transparente
usando somente
a mente
que me é falha
confesso
entrego-me
a fluência
esfervescência
transferência
luminesciência
luz
alteração
camêras
ação!
cacofônico
estereofônico
astronômico
econômico
afônico
atômico
cheio de núcleos
complexo
cheio de ligações
e mãos
cheio de mãos
que batem carteiras
são certeiras
diretas
e retas
e tetas
sempre
sempre as tetas
peitos
seios
cheio
cheio de mamas
de manhas
arti
artemanhas
de artista
de autor
criador
criatura
...
poemas
poesias
versos
rimas
pega
...
pega na minha
e balança!
