lá lari lara
a língua vai entortar
travar
travou
o disco
a fita
ficha
não caiu
ficou no limbo
desapareceu
feito fumaça
pum
sopro
de vento
levou
levou palavra
letras
para uma nuvem
sistema
não natural
invasora
espreitando
especulando
xeretando
vc!
lá lari lara
a língua vai entortar
travar
travou
o disco
a fita
ficha
não caiu
ficou no limbo
desapareceu
feito fumaça
pum
sopro
de vento
levou
levou palavra
letras
para uma nuvem
sistema
não natural
invasora
espreitando
especulando
xeretando
vc!
parlapatão
embusteiro
falastrão
se adivinhares quem falo
vais ganhar um doce
pode ser de coco
abobora
ou brigadeiro
verde
com agregados amarelos
caramelos
bananadas
marmeladas
jogo de cena
sai porra
sai logo do palco
deixa outro
outro palhaço
assumir o posto
reposto.
vontade
escrever um pouco
alguma coisa
um bilhete
nota
de parede
não de rodapé
um cartaz
outdoor
bem a vista
de todos
bem na via
exposta
mensagem torta
e a direita
esquerda mão
mão destra
vire
pra todos os lados
embaralhe
todo carteado
e tire
tire aí um sonho
...
realizado
plano concretizado
com magia
com amor
encantamento!
ando meio fraquinho
no que escrevo
meio que o avesso
o verso
nem rima tem
sem conotação
sugiro
giro
corro
atrás do próprio rabo
canino
saco de pulgas
mendigo
e peço
peço atenção
peço perdão
lhe estendo a mão
recito um monte de palavrões
impropérios
maledicências
paciência
digo
tenha paciência
comigo
não sou inimigo!
escolher palavras
para falar
essa sim
esta não
a outra talvez
algumas jamais
não vale a pena
os discursos inflamados
os dedos levantados
o palavreado ensaiado
vale nada não
nem tostão
centavo
naco
petardo
apenas bilhões
montões de grana
verdes notas
bufunfa
e tudo
tudo vira bagunça
festa
aglomeração
que bosta!
vamos concentrar
os pensamentos
neurônios
nervosos
eletrificados
ligados
em 220v
com os cabelos arrepiados
rosto enfumaçado
olhos avermelhados
...
alucinado
vendo coisas
ouvindo outras
falando
pelos cotovelos
joelhos
garganta
profunda
...
parece filme de sacanagem
e sempre
sempre entramos com a bunda!
lábios
lábios que falam
beijam
praguejam
provocam
beiços
que invocam
invocados são
merecem safanão
um tabefe
bocas
e caras
faz pose ai
vou tirar uma foto
um instantâneo
momento
para o futuro
do agora presente
tudo relativamente
enquadrado
preso
segregado
num retrato
atômico ato
de fotografar
gravar
marcar
numa rede social
banal
lhe mando uma banana
enfie onde quiser!
caça-palavras
busca incessante
alucinante
uma chave
palavra-chave
uma senha
palavra escondida
um tema
palavra esquecida
que esqueci
agorinha a pouco
e
...
perdi de novo
porra!
me deixei levar
por lero-lero
papo besta
sem sentido
fico louco
ensandecido
desmilinguido
perdido
no mato
e com cachorro.
loco loco
dance
old music
que não gostava
na época
quanto mais
agora
somente lembrança
que veio na mente
memória
archivo esquecido
protegido com senha
escondido no fundo
de bits
ram´s
aplicativos
veja ai no smart
inteligente
artificial
irreal
mundo digital
poses construídas
retoques
enfeites
tira um pouco daqui
bota um tanto lá
digitaliza
harmoniza
enfeita
muda
o que quiser mudar
fabrica um mundo
se quiser
destrói tudo
se gostar
simples e ponto.
peremptoriamente
provavelmente
insana
mente
minha
veiaca
safada
daninha
erva
...
de jardim
de mata
sacada
dê uma
sacada
nesta arma
nesta mente
nas ideias
se liga
me diga
se foda
tanto faz
a escolha
é tua!
feito
o trato
retrato
o ato
indecente
inocente
contente
tente
sorrir vez ou outra
de vez
em quando
enquanto isso
vou seguindo
com largo sorriso
por ruas
espantando pessoas
que passam
que cruzam
interferem
no caminho
qual caminho
tropeço
estatelo-me
ao chão vou
mas ai já vou rindo!
trela
dando trela na vida
linha
dando linha na pipa
corda
pra se enforcar
se enrole
na própria língua
imagina só
enrolado na língua
sua
isso mesmo
sua língua
carnuda
sua carne
fantasia
eres apenas
figurante
no meio disso tudo
passante
passista
passageiro
não sedes
motorista!
imaginando assim
pequenos
mais para médios
pontudinhos
rosáceos
seios
teus peitos
que agora encasquetei
e não consigo
tirar da mente
é imaginar daqui
sonhar de lá
me falo
pare de pensar
agora
coisa de louco
me falho
a volver pensar
novamente
nos seios
seios teus
bicho bão de brincar!
agora
cara de mau
proponho
sejamos malvados
sejamos depravados
lesados
o que seja
sejamos
mas não te deixeis
cair em tentação
que le parece?
una película
transparente
rente e tela
olhos
que olham
afinal
para isso foram feitos
dez
...
desfeitos
os malfeitos
malacabados
abracadabra
maldições
raios
trovões
e palavrões
*$%@&
afinal
agora escrevo
por hieróglifos.
auditivo
sonido
zumbido
no ouvido
me olvido
de que lo me hace
sentido
e sigo
no caminho
mas tortuoso
mais nervoso
solo para tener
un poco de trabajo
acima
abajo
siga
siga em frente
vá adiante
um passo a mais
va te llevar
outro lugar
coisa simples
tipo
um mais um
igual a dois!
revirando arquivos
da mente
buscando um tema
uma palavra
história
pra contar
neste texto simples
algo que destoe
que sai do eixo
mude o contexto
altere o tempo
...
que tudo passe
a se mover diferente
outra velocidade
uns por hora a menos
não fariam mal
poderia fazer mais sentido
corremos
de um lado ao outro
por diferentes motivos
objetivos
mas
onde esta o sentido
a moral da estória
conselho a ser dito
diminua
tire o pé
alivie!
Tá vendo
sou louco
me perco assim ao vento
flutuo
vou flutuando
na maior
naturalidade
assoviando
cantado
lorotando
contando mentiras
...
verdades
tudo relativo
só depende da conversa
e falo só pra ti
no ouvido
que nem me lembro
de nada
da viagem
apenas bobagens
tipo momentos
paisagens
que com certeza
não existem mais
mudaram
foram mudadas
acabaram
c'est fini!
se penso
engulo à seco
raspando garganta
esôfago
amídalas
se não penso
morro
se não pensar
não existo
um proscrito
um versículo
versinho
poema pequeno
tal qual
este que estou escrevendo
agora
neste espaço de tempo
terreno
da terra
planeta
esfera
é uma esfera
porra!
vela acessa
alumia
em noite escura
caminho
em túnel
o fim
uma centelha
vida
vida miudinha
mediana
bacana
infinita
chama
chama teus anjos
chama teus mestres
chama de tudo
que é nome
que queira chamar
por quem queira orar
rezar
conversar
umas ideias trocar!
labirinto
paredes de vidro
espelhos
e teto também
que joguem
as pedras
não importam
são blindados
a prova de pedra
de bala
na idade da bala
dos projeteis
petardos
em corpos
espalhados
aos pedaços
mortos
...
mortinhos da Silva
feito pedras
duras
frias
imóveis
feito pedra
feito cadáveres
aos pedaços
espalhados
em meio a barracos
cacos
de vidro
espelho!
cochicho
no teu ouvido
algo assim meio picante
um convite
um chamego
pequeno beijo
que arrupia
arrepia
os pelos
ouriça
a pele
sensível
e toda nua
os seios
as curvas
me perco
sem sentido fico
meio tonto
meio afoito
acaricio
as tetas
e outras partes
idem
percorro
o corpo
fingindo que tô perdido
somente para arrancar suspiros
e alguns gemidos!
que sonho que nada
apenas realidade
virtualidade
que toco
com as mãos
os pés
pinto
taquei
tasquei o pinto
no buraco
mandei ver
fui
fui ver estrelas
fui gozar na praça
mijar no poste
cagar no mato
cuidado
tem beira cu
por perto
inseto chato
fica de olho
no seu ... olho
que não enxerga nada
apenas evacua
merda!
vacinas
vírus
remédios
nem tão confiáveis
nem um pouco viáveis
voláteis
as coisas são
instáveis
meio que variáveis
ai
ai vareia
depende
de forma
conteúdo
e tudo
tudo mais que influi
que cutuca
espezinha
inferniza
que inferno é este
que inverno mais denso
esfria
o clima esfria
o planeta esquenta
vira chaleira
vira panela
caldeirão
cozinhando
inclusive seu cérebro.
Oras bolas
carambolas
cambotas
caraminholas
na cachola
neste momento
agora
são palavras que fogem
versos que somem
pensamentos voando
pelo vazio
vácuo
uma bolha
de sabão
ao sabor do vento
explode
no ar
no seu olhar
e some
evapora
vai embora
se transforma
em outro tipo de matéria
em outra forma
fórmula
bula!
muitas ideias
nada em mente
nada a vista
nem terra
água
planta
mares vazios
ocos
parecem cocos
boiando
n`água
nada
no nada
vazio
espaço
matéria escura
massa cinzenta
cores mais oscuras
no me gustan
prefiero colores
branco
azul
amarelo
vermelho
e suas misturas
matizes
colorices.
um passo
de cada vez
passinhos
pé ante pé
devagarinho
senão tropeça
nas próprias pernas
e se estatela
no chão
mas não passa
dali
não passa
nada
no pasa nada
tudo de boa
boa vida
comida
bebida
farta
fartura
para uns poucos
filhos da mama.
sujeito
mais do que perfeito
objeto
inerte
mas respira
ainda
dê um choque
de gestão
um gesto grande
mandante
pra que pê que
ponte partida
puta querida
manda
para lá
para cá
um vai e vem
continuidade
ciclos
arriba
abajo
tome
teeeento!