ou
que horas são?
mais de meio-dia?
então é por isso
que estou com fome
e por isso
vou devorar teu cérebro
pedacinho por pedacinho
cada centímetro
milímetro
átomo
partícula
que dilícia
delícia
um manjar
um jantar
confraternizar
festejar
somente importa isso
quero abraçar
beijar
passar a mão
enroscar
...
socializar
e ai pergunto:
cadê a porra da vacina?
cadê?
e o ano
o ano tá quase
virando
para outro ano
e lá estão
as pessoas esperando
dias melhores
dias maiores
maiores que o tempo
humano
errando
cagando
andando
aí parei
parei e pensei
mas que porra
como pode?
algo que nem começou
estar terminando
não!
este ano não valeu
parem de contar!
idiota
idiotice
otário
aparece de tudo
nestes tempos
estranhos
parece filme
parece série
biografia
...
tudo pirata
daqueles
de perna de pau
olho de vidro
e algo de metal
um punhal
uma faca
colherinha
vai doer mais com certeza
vai ser mais dolorido
que lindo
que lindo país
que lindo povo
lindas ideias
atitudes idem
...
existe certo merecimento!
eu de novo
novamente aqui
neste mundinho
pequeno
bem isso
bem pequeno
diminuto
minúsculo
vírus
passando de pessoa em pessoa
no silêncio
no barulho
na festa
discoteca
casa
mercado
farmácia
na virada
no branco das roupas
nas comidas
bebidas
me erra
...
me erra
desencosta
quero distância
prefiro a vida
dedos elétricos
que tocam
tocam o teclado
de modo estabanado
dedotilogafia
dois
dois dedos somente
e se faz tudo isso
aos poucos
palavra a palavra
letra a letra
poesia
pregada num poste
feito reclame
propaganda
a alma do negócio
e de tudo mais
vamos
vamos negociar
fazer escambo
trocar
trocar de roupa
eu vou te dar
as minhas mais rasgadas
aquelas furadas
ferradas
pois elas
retratam que sou
Soul!
enorme vontade
de mastigar palavras
engolir letras
sopinha
sopa de letrinhas
em minha cabeça
verbo
consoantes
verborragia
verborrágico
vomito
verso
ponho pra fora
aleatório
tiro pra todo lado
pega
pra capar
expressão linguística
poesia
a porra da poesia
que não larga
esta grudada
em meu pé
e tbm na cabecinha!
este teclado
bem que poderia
ser de piano
onde eu iria
teclar
sem sentido
notas musicais
sonoridades
sim
singularidades
não
negatividades
natividades
palmas
que mereço
me dou ao apreço
não tenho
preço!
um dom
um gift
presente dos Deuses
do universo
energia
que flui
pelo corpo
sinto
uma eletrificação
voltagem
220 volts
liga
se liga
na tomada
na porra da vida
lig lig já
se conecte ai
agora
sem hesitação!
hoje dei duas
melhor dizendo
com esta três
1
2
3
Um é pouco
dois é bom
e 3
melhor ainda
data festiva
comemorativa
salve a neve
salve a nave
ou simples vacina
dou meu braço
sem torcer
se quiser a bunda
esta a disposição
manda bala
nenhuma hesitação
quanto menor a possibilidade
mais chances de continuar!
com certeza
te digo
certeiro
igual tiro
tiro perdido
estampido
em situação de rua
no meio da rua
da viela
travessa
final de tarde
ou noitinha
moitinha
na moita
tentam que seja na moita
mas na moita
já havia passado Maria
e todos se perguntaram
o que foi Maria
fazer atrás da moita?
uma pequena marcada
e crau
ou krau
lhe dei dentada
em área delicada
que comicha
que altera
temperatura
textura
tetura
sim tetura
de tetas
uma belas tetas
difícil não se admirar
eu admiro
admito
olho mesmo
toco mesmo
se você deixar
deixa
vai!
latido
no ouvido
entra fundo no tímpano
cérebro
miolos
moles
vão amolecendo
se desfazendo
derretendo
já quase não penso
nem sinto
pareço de vidro
pedra
reflexo
um instantâneo
uma foto
selfie
self selfie
service
entra e sirva-se
se banqueteie
se lambuze
use!
comê la ia
com certeza a comeria
a fruta proibida
a flor mais bonita
menina querida
mesmo que
enlouqueceria
sem dúvida piraria
sairia dando cambalhotas
piruetas
plantando bananeiras
dizendo besteira
...
como sempre
...
palavras
mentirinhas
versos
brincadeirinhas
veja
olhe
advinhe
o que tenho nas mãos
pode ser de verdade
pode ser matéria
ser
energia
minha
minha bobagem
do dia-a-dia.
ahh se pode-se eu
voar
um mosquito
um drone
vant
avante
sempre avante
sobrevoando
sobressaltando
voando
em planeio
sin planes
de vuelo
libre
liberdade
libertad
estátua
tocou virou
uma pedra
uma pedra trabalhada
uma imagem manufaturada
manufatura de estátuas
fabrica
de aviões
aeronaves
mas nem preciso de asas
e agora?
hora de labuta
no que tanto gosto
minhas palavras
tortas
de creme na cara
chocolate na orelha
caiu uma gota
manchou a camiseta
branca
igual bandeira de paz
e amor
suja
manchada
mancada
putz
que mancada minha cara
pisada
pegada
pegada marcada
no tempo
no carbono
alma
uma marca na alma
no meio de tantas
tantas outras.
e todo pimpão
vinha
caminhando
arrogantemente
vaidoso de sua figura
silhueta
cabeça
enorme
enorme cabeça
que cabia muito
muito pouco o que presta-se
tudo porcaria
em forma de rimas
em versos
palavrinhas
vronas
palavrones
e tudo que é xingo
que xinga
avacalha
navalha
carne
na carne
tire ai uma tira!
semana de festas
confraternizações
de transmitir um pouco mais
as alegrias
as comidas
bebidas
e os vírus
contamine
contamine-se
destrua
seja destruído
um algo pequenino
que não salta a vista
e nem dá bom dia
somente se infiltra
se reproduz
domina
o corpo
e para falar a verdade
também a mente.
devagar com o andor
santo de barro
santinho do pau oco
locô
de tudo
de diversas formas
retas
estéticas
curvas
curvaturas
crias
criaturas
noturnas
do dia
dia-a-dia
viva
3 vivas
benvinda
bem quista
boa vista
insista
reforça
ajusta
as peças
do quebra-cabeças
do que é bom
a bessa!
me excita
escrever estes tolos
versos
meu universo
paralelo
alelos
martelos
uma martelada no saco
doí pra caralho
melhor dizendo bolas
oras
oras bolas
ora pois
zé
poisé
pangaré
jumento
burro
urro
de prazer eu urro
por escrever
texto
devidamente impuro
saiu dos eixos
foi desleixo
meu
um soco no queixo
um queijo
beijo
roubado
foi furto qualificado
surrupiado
furtado
frutado
um hálito
um perfume
que mesmo perdido
no tempo
no espaço temporal
de tempo
ficou guardado
ficou grudado
num canto do cérebro
tipo massa
cinzenta
nebulosa
densa
que pensa
apenas pensa!
poesinhazinha
a minha
palavra
pequenininha
deste tamanhozinho
pequenininho
desta tamanhinho
um viruzinho
dizimando
tornando tudo
escombro
se foi
se foi o sistema dominante
se foram os ganhos de capital
se foram juros
se foram
lucros
para pequenos grupos
pequeninhos
deste tamanhinho
igual a um vírus.
se foi
já deu
basta!
dando linha
liberando a carretilha
soltando
pipa!
nunca fui bom nisso
nunca
cata deixa
não se queixa
também
zero à esquerda
la sinistra
mas agora
não mais
agora piorou
libertário
quero o mundo liberado
tudo escancarado
pernas
pra todo lado
pra tudo
que é lado
dois pra cá
dois pra lá
lá lá lá
estou aqui
desenhando
para ver se entendes
de uma vez por todas
que nós contra eles
não existe!
por pra fora
gritar
berrar
a todos
ao mundo
universo
tudo
um pouco
fatia
pizza
um gráfico
uma estatística
projeção
projeta ai
na parede
na tela
fachada
tudo
fantasia
coisa de sua cabeça
coisa de sua loucura
que doidera
ser número
um símbolo
nada mais!
se pudesse me esconder
fazê-lo-ia
enterraria
a cabeça na terra
igual ave de animação
ahh
como queria
ser desenho animado
daqueles gozados
apimentados
zoados
animados
correria
...
correria meia milha
inteira
igual equino
pangaré
burrico
burro
burro pra caralho
meio maluco
avexado
um perfeito
palhaço!
um momento
por gentileza
de sua parte
seria
de silencio
um pensamento
uma prece
respeito
mas que seja
verdadeiro
vai
mostra tua face mais obscura
a alma noturna
escura
rastejante
que planeja
o que destruir amanha
logo pela manhã
mostrando assim
quem manda
dizendo:
quem manda sou eu!
Putz
putz grila
grilo
grelho
grua
...
nas alturas
...
duplo escarpado
mergulho
profundo
por fim
...
flutua
paira sobre as cabeças
as montanhas
nuances
de relevo
alto
baixo
estatura
...
pequena
em escala
no olho
olho de vidro
perna de pau
pirata
do cu normal
nada de metal
tudo
...
sob controle
a nave segue seu curso
pulso
que pulsa
que bate
vibra
adoro a vida!
abdico
do trono
do ônus
ao bônus
não quero
e pronto
simples
pronto
nem cru
nem passado do ponto
no ponto de bala
com um alvo nas costas
me mostra
mostre os seios
mostre as pernas
e tantas
tantas outras partes
me de um fora
me chute a bunda
um toco
um presente
regalo
gift
me permita-me
escrever merdas como estas
e vc estar ai pra ler.
deturpado
depravado
desgovernado
o tempo
a porra do tempo
que nos fode
sem nenhum consentimento
estupro mesmo
mesmo assim
andamos
de mãos dadas
atadas
apertadas
com tudo isso
que implica
isso mesmo
mais aquilo
pouquinho disso
profundo
não?
achei um deboche...
um ano
um ano a mais
ano que na verdade
nem foi
foi algo arrepiante
desafiante
um choque
de realidade
de verdade
de mentira
de política
me abstive
desta vez me abstive
deixei
deixei de participar
larguei ao destino
aos deuses
e logicamente as deusas
deusas de minha vida
de meus caminhos
no meu
trajeto
meu!
porra!
falhou!
deu tilt
na minha cabeça
e se não sabes
o que significa tilt
deveria saber!
1 ano + velho
tempo que passa
correndo
voando
atropelando
e eu
eu aqui mais bobo
mais tonto
sonho
de montão
um bobão
um tontão
de marca maior
quase símbolo
quase ídolo
de barro
nos pés
tronco
cabeça
em quase tudo
quase
foi por quase
quase
passou raspando
arrancando
tinta!
procriam
em minha mente
palavras
que brinco
brinco elas
as palavras
empilho
em diversas formas
com quinas
ou sem
redondas
tipo bola
que jogo
jogo no mato
jogo de campeonato
disputa
peleja
chuta
a pelota!
pedras no óculos
nos telhados
vidros
tem que ser pedrada
paulada
fala de baixo calão
o dito
palavrão
em alto
e bom som
soltando
soltando tudo que é demônio
sagrado
profano
transito
...
por entre mundos
uns estranhos
outros risonhos
uns pouco segundos
e já
já me fui a outro
mundo
virei figura
de primeiro plano.
embaralho
meus olhos
só de brincadeira
brincadeirinha
minha
com eu
eu mesmo
frente ao espelho
um reflexo em algo
alguma coisa
autônoma
igual a nona
sinfonia
música
para meus ouvidos
sou todo
ouvidos
vai
vai me conte
um segredo teu
que eu conto
um meu
só
de brincadeirinha
eletrificado
na cadeira
de escritório
na privada
cagada
...
puta cagada
que ainda não cometi
não sou culpado
ainda
sim
simples assim
uma rima chinfrim
mais uma
pra coleção
de palavras
de versos
as porras de meus versos
que vou versando
pouco importando
o dano
feito colateral
pernas bambeando
tudo chacolejando
o cérebro
incluso
meio louco
mameluco
lúdico
quase lúcido
eu disse quase!
estranho
sou eu
confesso
e pronto
já nem precisamos
falar sobre isso
passemos a diante
pisemos à frente
façamos história
a nossa
nossa história
revisada
de cabo
a rabo
um check in
vistoria
checagem
tipo geral
mãos que procuram
e quem procura
acha!
moinhos
...
hoje estou quixotesco
ao lutar
contra seres imaginários
no imaginário
popular
pop
ops
olha a casca
de banana
vai
vai que
escorrega
e cai
ploft
estatelou
esborrachou
no chão
do chão não
não passa
que
...
massa!
refestelejo-me
satisfeito
saciado
um tanto cansado
absorto
perdido
faço
...
faço um pedido
conjuro
protesto
esbravejo
xingo
uma palavra grande
um palavrão
impropério
palavra
minha
dou minha palavra
que entrego
a palavra
palavra curta
que tenho
que sou
encontro
me!
acostumado
a relativamente
pouco
pode ser um instante
poder ser
sempre
uma paisagem
por exemplo
tipo assim
um teste
uma foto
picture
árvores
plantas
chuva
cores
de um arco-íris
melhor dizendo
dois
um mais fraco
outro
mais forte
um mais liso
outro mais enrolado
espetado
escorrido
nossa!
...
como a natureza
é linda
faz mistura
mezcla
massa
que amassa
esmurra
chuta
em quase live
no horário livre
jogado assim na cara
um ódio
umas maldades
que maldade
tola
maldade tola
mas mesmo assim mata!
me regozijo
ou
regozijo-me
em falar de forma aleatória
alegórica
metafórica
simbólica
a linguagem permite
combinações múltiplas
inúmeras
infinitas
de dizer algo
de mostrar
alguma
coisa
de forma diversa
diferente
e somente
somente isso
um pouco diferente
e daí
tanto faz cabelo
jeito
pele
credo
que seja humano
já seria alguma coisa.
insatisfeito
ainda
precisei voltar
aqui
agora
para falar algo
que ainda ficou no ar
nas entrelinhas
letrinhas
ao rodapé
a vida
a vida não vale nada
nadica de nada
talvez uma pancada
uma estocada
enforcada
matada
e mata
mata mais um
mata mais outro
mata boi
boiada
bolada
no saco
um chute certeiro
um soco perfeito
eu?
eu prefiro beijos
carinhos
sorrisos
mas
...
mas estamos
tão logo disso!
Vim
esfregando as mãos
esquentando
entrelaçando dedos
estalando
vibrando
saltitando
só porque
vinha escrever
coisa qualquer
importa pouco
somente palavras
somente lorotas
anedotas
piadas
sem nenhuma graça
quem mata
quem morre
geralmente os mesmos
geralmente mesmo
estatísticas
planilhas
números
não mentem
e nem tentam
nem tanto
apenas alvos
enraivecido
doido
maldito
eu
pelo dito
pelo não dito
me estico
e te belisco
na bunda
...
só para ouvir um ai
ou ui
pouco importa
mas
dois pontos
travessão
na outra linha
não machuco
somente incito
estimulo
excito
e depois finjo
que não é comigo
nada tenho a ver
nem ouvir
falar
e ponto
fui parando.
ando
ando que meio assim
flutuando
entre passado
presente
futuro
viajando no tempo
vagando
...
sem destino
nem atino
nem desatino
...
muito menos
ou mais
sentindo
sem sentido
sem estar sentindo
nada
...
nada mais do que sinto
e olha
olha que nem sinto
nada
e isso
isso parece piada
mal contada
piada mal contada
anedota
porrada
na cara
cara minha
cara vida
língua
com a qual
toco tuas partes intimas
tuas intimidades
e acabo por ouvir
gemidos
murmúrios
gritos
de prazer
puro prazer
mas o prazer
é também meu
e prazeroso
flutuo.
Eu que erro
berro
falo
sussurro
ao pé de teu ouvido
a pé no meio do mundo
em pé frente ao espelho
eu
...
eu mudo
mudo te olhando
observando
voyeur
espião
ladrão
que rouba
espia
olha
teus contornos
teus seios
tua figura
figura nua
figura pura
sem vestes
sem mascaras
sem nada
nada de mais
nada que não importe
pelo menos para mim
te prefiro assim
pelada
desnuda
pele
e mais nada!
por sorte
tinha ali
aquela coisinha
guardada
escondidinha
esquecida
que sorte
sorte a minha
sorte a tua
escapou
...
escapuliu
por entre os dedos
pelo meio das pernas
frango
foi frango!
um galinheiro inteiro
nade meio
completo
tudo nas mãos
sem sobrar
nem mesmo um pássaro
nem mesmo penas
tudo voando
flutuando
incerto
aleatoriamente belo!
troço
treco
truco
truquei
blefei
paguei pra ver
joguei
joguei pedra
na cruz
no telhado de vidro
pro alto
e avante
pra frente vou indo
cambaleando
aos trancos
barrancos
tropeçando
na pedra
no galho
nos sonhos
que sonho
mesmo acordado
mesmo adormecido
sonhando
...
desperto
dormindo
blefando
trucando
truco!
Me perco
perco-me
em minha própria mente
doido
eloquente
ou nem tanto
tanto que
me abstenho
ou
abstenho-me
de dar palpite
pitaco
bedelho
não meto o bedelho
fico de fora
olhando
o pau comer
a briga rolar
a vida brincar
o tempo passar
frente minha janela
logo ali
um instante
estalo de dedos
piscar
...
piscou!
Lúcido
lucidez
lembro vagamente
da minha
que perdi
que perco
em sonhos
delírios
êxtases
gozo
de tua cara
em tua cara
desvaneço
me desfaço em fumaça
em vapor
de fininho
sumindo devagarinho
apagando
feito chama
feito fogo
fátuo
plasma
alma.
pequenas descargas elétricas
no cérebro
na mente
e pronto
lá vem palavras
lá vem história
então senta
que agora
meu lado palhaço
vai dar as caras
e tbm as caretas
os troços
as troças
anedotas
cambotas
não essas não
senão
dou um nó nas costas
idade que não me permite
carcaça
carranca
careta
vou fazer careta
uma cara
fantasiada
pintada
mascarada!
déspota
nada esclarecido
das trevas
vindo
surgido
cagado
foi cagado
uma bosta
merda
lixo
bixo
bípede
ave
de rapina
de latrina
privada
vida
vida privada
privativa
que priva
de pensar
raciocinar
admirar
que priva
do arroz
feijão
chão
quão
quão mesquinho
quão rasteiro
tão
tão tan
tan-tan
lelê da cuca
ou doente
doente do pé
na bunda!
penso
...
nada sei
nada sei da vida
do universo
de mim mesmo
verso
que escrevo
sem nenhum critério
nenhum sentido
pra você
só se for para você
pra eu
faz
faz um monte
monte de coisas
coisonas
coisinhas
cousas
a lot
muito
são criaturas
criaturas minhas
parte d'alma
parte minha
pessoa
bastante estranha
malacabada.
amargor
na boca
bílis
fígado
deve de ser
somente isso explica
estas falas doídas
doloridas
vazias
...
é minha amiga
essa tal de vida
faz assim
e assado também
já levei muito tombo
cai de joelhos
levantei
cai de novo
feito ovo
estilhaçado num chão
aborrecido
vencido
vendido
com uma placa de vendido
no peito
feito número
feito placa
marca
mas tento não deixar
passar da pele
da crosta inicial
superfície.
me sento
frente a tela
olhando
alguns símbolos
algumas letras
números
aleatórios
diversificados
inúmeros
...
confusos
ou não
claros
óbvios
ululantes
saltitantes
aos olhos
diante da face
disse cara
e não face
livro
não lido
lhe digo
que nem vou ler
já sei como termina
já sei
já sei do fim da linha
já sei que se aproxima
melhor
melhor saltar do trem
você não vem?
queria assim
o tudo
o imprevisível
o tempestuoso
a um mesmo tempo
em meu cérebro
mente
racional
racionalmente
aos frangalhos
cacos
pedaços
mosaicos
juntos
grudados
separados
por tênue parede
ínfimo espaço
ínfimo tempo
estado
estado de choque
de estase
gozo
gozei
gozei na cara
de cara
ejaculei na cara
na face
orgasmei
um orgasmo
uma satisfação.
Batatas
papas
patatas
ao vencedor
umas fritas
cozidas
assadas
a tua
a tua batata
esta assando
borbulhando
em óleo fervente
quente
quente pra caralho
junte um dente de alho
umas cebolas
pimenta
nos olhos
na boca
anus
cú
vai
vai tomar do cu.
sua volta
tudo
se desfazendo
queimando
sumindo
morrendo
...
horrendo
...
tudo horrendo
um horror
o céu
no final da tarde
cinzento
cor de fuligem
fumaça
mata que arde
bicho que queima
humano bota
bota fogo
fogo no chapéu
no boné
na beira
beira de estrada
de riacho
floresta
fica
fica o que resta
carvão
chão
solo seco
garganta seca
vidas
secas!
Vento quente
bafo eloquente
ardente
arde
ardente
ardem plantas
bichos
gentes
em sertão distante
logo ali
em nossa frente
de frente
para o crime
para a mentira
lorota
língua
língua não tem dente
e pior
que nem sei
o que que dizer
esta frase
língua
dente
e vou ficar
sem saber
bem que tentei
mas pouco importa
indiferente.
Tempo
tempo que voa
que plana
que da volta
reviravolta
por cima
baixo
golpe
de sorte
de azar
o seu
azar o seu
o meu já fodeu
tudo
tudo fodido
e eu
e eu aqui perdido
no tempo
brincando
com estas palavras
que irão ficar
no tempo
bem distante
pra sempre!
Cinza
as cinzas
o cinza
no ar
no céu
na terra
tudo cinza
acinzentado
queimado
passando
boiada
boi
manada
trator
escavadeira
fogo
é fogo na mata
no mato
no boné do guarda
que não viu nada
que não sabe de nada
não fala
nada
nadica de nada
nada
mesmo
coisa com coisa
somente gagueja
dos novos tempos
de ficção
nada científica
nada mitíca!
Uma titica!
sonho
realidade
...
dois mundos
opostos
dois tempos
apostam
que apostam
jogam na cabeça
mergulham de cocuruto
cravam na garganta
as presas
o dentes mais afiados
que furam
perfuram
dilaceram
enfiam
na carne
igual prego
na areia
prego na areia
que nem pudim
mole
quer moleza
senta num quindim!
tempestuoso
emitindo raios
trovões
relâmpagos
alguns impropérios
uns palavrões
de vez
em quando
somente para
descontrair
desconstruir
a mim mesmo
uso apenas recreativo
divertido
rio
rio de minha cara
de meu cabelo
do que penso
sinto
vivo
estou vivo
e isso já importa
bastante
bastante mesmo
tanto que rio
que sorriso
frente ao espelho
pra mim
mesmo!
Não não rele
não chegue perto
encoste
questão de pele
epiderme
doido
me deixa doido
me deixa alucinado
um meio caminho
entre perdido
e insandecido
enlouquecido
ao ver tua pele
tua tez
textura
o que faço
o que sinto
louco
doido
perdido
em sonhos
em lapsos
espasmos
me vou
me vou perdido
me vou sentido
um monte de coisas
um ser
um destino
uma vontade louca
de cair de dentes
de morder
tuas carnes
teus sentidos
eu louco
de paixão
de tesão
o pau ereto
pronto para a penetração.
persona
pessoa
non grata
ao mesmo tempo
grata
gravata
bravata
barbada
a mulher
barbada
a cavalgada
corrida
pernada
de
de nada
não foi quase nada
um triz
fio
piscar
de olhos
em encontrar
de mãos
um olhar
sorriso
te rio
te dou risada
te desafio
a rir também
uma gargalhada
enfim
um riso!
Negativo
...
positivo
um click
switch
interruptor
pensamento
10º
de segundo
um e zero e pronto
já mudou
já voou
transformou
em outra
outra pessoa
carcaça
corpo
em diferentes posições
em cruas
em gruas
em subir
descer
bandear para um lado
outro
para outro lado
meio descontrolado
meio que desnorteado
ou desuelado
cada um pro seu
retângulo.
diria obvio
quiçá ululante
que esta palavra me veio a mente
e me deixou ululando
pulando
de galho em galho
macaco
bicho
bicho saliente
latente
pulsante
antes
antes mesmo de pensar
já havia
já havia formulado
um uso
uma função
já havia sonhado
com uma música
uma dança
já havia dançado
conforme música
de uma forma única
que somente eu
entendia!
vou sair
por ai
pelo mundo
buscando o fim
do mundo
sim pelo mundo
fim
do mundo
antagônico
antagonismo
mismo
mas
del mismo
mesma
mesma coisa
tanto faz
como fez
como festividade
festa
fresta
olho pela fresta
fresta do tempo
fresta no espaço
no mundo!
algo de estranho
no ar
o que é?
não sei precisar
não sei comentar
só espero
que volte
volte pro mar oferenda
volte a teu dono
ou quem quer que seja
vá para os quintos
os sextos
sétimos
dos infernos
não me pertences
nada tenho contigo
e tenho
tenho dito!
tava pensando
no que escever
e me dei conta
que nada sei
nada mesmo
que estou igual
cachorro
em dia de mudança
que ainda por cima
corre atrás
da própria cauda
de pneu de carro
de aro de magrela
perna
pra que ti quero
para andar
para ir
de um lugar ao outro
de lá
pra cá
feito barata tonta
feito inseto
bicho
preso
enjaulado
isolado
isolado do mundo
quase mudo
quase surdo
cego
um arbusto
sou
sou arbusto
sou planta
flora
e também fauna.
gosto
de amontoar palavras
em forma de versos
estes versos
tolos
básicos
simples
vulgares
além de palavras
palavrões
em uma língua
uma linguagem
quase morta
que não se entende
não compreende
me entende
sou assim
insisto
em falar besteiras
sem métrica
sem rima
sem mínima coerência
sem pé
cabeça
tronco
corpo.
Xô!
Afasta!
Cai fora!
Isola!
Sai prá lá coisa ruim
sai prá lá
lá longe
no lugar que vieste
volta
meia volta
volver
feito soldado
chumbo
plata
medalha
honraria
apenas lata
lata banhada à ouro
lata que nada
significa
representa
indica
o dedo indicativo
médio
melhor o médio
indica melhor
significância mais direta
representa e ponto!
Me faltam
palavras
me faltam
letras
nem um pouco letrado
nem apalavrado
palavra
de honra
é
um honra
poder falar
escrever
dedilhar
toscos versos
tolas rimas
mínimas
máximas
comuns
até mesmo banais
usuais
casuais
vogais
consoantes
latentes
que latejam
consoam
vogam
vagam
se vão mundo afora
sem fronteiras
sem muros
amarras
...
livres!
desenha
desenha pra mim
pode ser um rascunho
um rabisco
garatuja
desenha
desenha ai
pra mim
meio desenho basta
meia palavra também
sou todo ouvidos
olhos
boca
sentidos
fico aqui
perdido
em meio a sonhos
meio iludido
meio que umbigo
que olho
olhando
pro próprio umbigo
pro ego
cego
em meio a um tiroteio
bobo
no meio da corte
tolo
fazendo tolices
assim passos os dias
então peço
desenha
desenha pra mim!
Faço de conta
meio
maio que verdadeiro
falso
fauno
romano
deus
rei
mundano
tipo assim
linguagem coloquial
coisa e tal
um tal
de chega prá cá
vem mais perto
que tô acesso
tipo brasa
braseiro
por inteiro
pelo meio
meio que
deste jeito
sem graça
desmilinguido
sem linho
desalinho
desfeito
dito
dito e feito
me tornei sujeito
de mim mesmo
deste jeito!
tonto
bobo
peão
pião de corda
briquedo
brinquedo lançado
no ar
atinge o chão
e roda
roda sobre o próprio eixo
impróprio
para menores
e maiores também
coisa de eixo
coisa própria
coisa nossa
é de raça
é de graça
é
uma graça
não
não me faça
não me faça dizer
o que não quero
dizer
deixe
deixe apenas
apenas as palavras fluirem
se dissiparem
espalharem
por onde quiserem
onde queiram
prefiram.
